É consenso geral que a mulher veio depois do homem; se veio depois, ela está no meio entre Deus e o homem; se está no meio, concilia os opostos Deus x homem, interfere pelo homem; a mulher não é nem Deus nem homem, mas tem acentuados atributos de ambos; por isso cabe a ela despertar, no homem, as virtualidades de dentro dele e que ele desconhece nele mesmo; essas qualidades só vêm à tona quando a mulher tem oportunidade de levar o homem a abdicar: pela manutenção da família, ele deve: ouvir sem reagir, ouvir e calar; doar-se, resignar-se, assim ela o ajuda a lutar contra seus dragões internos. A mulher espera que o homem lhe crie condições de ela despertar nele os atributos interiores que ele traz de suas origens.
terça-feira, 25 de agosto de 2009
Mulher II (Em 15/12/2005)
Os atributos de que a mulher dispõe para atuar no mundo são: abdicação de si mesma, zelo pelo homem, elevado senso de justiça, capacidade de sintonia com o sobrenatural; dar à luz um filho não depende dela; ela se coloca em disponibilidade, está a serviço de uma causa; se não foi chamada, não lhe pertence lamentar. A mulher tem zelo pelo homem porque a ela foi dada a incumbência de “esmagar a cabeça da serpente”, tirar do homem a nuvem de ilusão que ele manifesta pelo orgulho, o machismo, ódio e outros tantos; isso também é dar à luz.
- se a mulher é tudo isso, por que tanta vulgaridade...
- são passos diversificados no sentido de sua libertação, sobretudo das imposições ao longo dos séculos; vem um momento em que ela passará ao homem a senha com que ele possa encontrar o sentido de seu destino.
- sem a mulher, o homem não consegue sozinho?
- acostumado a ver, ouvir, apalpar, é muito difícil a ele trocar isso por algo abstrato, situado dentro dele mesmo.
Vida interior (Em 12/12/2005)
Vida interior não é isolamento; vida interior não me dispensa de trabalhar, defender meus direitos, beber minha cervejinha com os amigos. Se tenho dinheiro aplicado, ótimo! O que não devo é fazer de meus bens o centro de meus pensamentos, porque vida interior é ausência de pensamentos. Eu me liberto de meus pensamentos quando me concentro no que estou fazendo; então eu fico com a atenção voltada apenas para o que faço. Eu posso praticar o silêncio interior na hora do recreio, no ônibus, na cadeira do dentista, ante a provocação; atuar no mundo e atuar sobre nós, sem isso não há equilíbrio entre as duas dimensões de nós mesmos. Pelo silêncio de dentro, eu desenvolvo minhas capacidades internas e me disponho a aplicá-las no mundo; eu preciso ser agente e paciente de minhas ações; vida interior não tira; acrescenta.
Natal (Em 12/12/2005)
A criança que nasce no natal não está em Belém; ela se repete na criança que dormita dentro de cada um de nós; não precisamos sair de nós mesmos pela memória, porque ela é presença; ela quer servir de estímulo a que entremos em sintonia com a criança que dormita dentro de nós; nossas providências são as de conduzir a mente à reflexão, em um tempo de vivência íntima, cada um em si mesmo.
Coração I (Em 08/12/2005)
Os místicos concebem o coração como um centro de consciência, instalado na intimidade do ser humano. Nessa concepção, Santo Agostinho afirma que “nosso coração foi feito para vós e só descansará quando descansar em vós”. Agostinho de conversas com a Consciência Total; para ele, o coração é esse centro.
Temos então duas dimensões do coração: uma que se torna depósito compulsório de nossos males psicológicos; a outra que nos estimula o espírito pelas vias estreitas; em ambas as situações, o coração é centro de nossa vida; numa primeira etapa, a tarefa será a de limpar, do coração, os detritos traumáticos que as circunstâncias nos acumularam.
Coração II (Em 08/12/2005)
Uma segunda etapa será a de iluminar o coração; descer com a mente ao coração; o coração fica iluminado pelo encontro dos dois pólos energéticos: do movimento e do repouso; um coração iluminado é depositário da sabedoria; a sabedoria expulsa, do coração, os traumas psicológicos inconscientes, assimilados ao longo da vida. Os filmes estão aí dando realce ao Cristo quando expulsa os vendilhões do templo; lá é o símbolo do que acontece quando nosso coração se ilumina. Esses traumas ou vendilhões estimulavam em nós impulsos para: vingança, inveja, ódio e tantos outros; uma vez expulsos, nossas potencialidades são postas em liberdade: elas vêm ocupar seu lugar de herança e passam a se manifestar por: amor, a liberdade, a verdade, a sabedoria e tantos outros.
Coração III (Em 08/12/2005)
Todo espaço vazio é preenchido pela Consciência Plena, desde o interior do átomo até o intervalo entre galáxias.
- se é assim, por que ela não se manifesta onde estiver?
- só o ser humano pensa; só o ser humano dirige o próprio pensamento; a Consciência está em
disponibilidade a quem disponha dessas duas condições e as utilize adequadamente.
Quando a mente desce ao coração, o lugar que a mente ocupava fica vazio e é preenchido, plenificado pela Consciência; como os traumas foram expulsos do coração, o coração também fica vazio e a Consciência o plenifica. Surge um homem novo.
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
Intervalo (Em 05/12/2005)
O e-mail ponderava: “você nasce sem saber e morre sem querer; aproveite o intervalo”.
Percebem-se, no texto, os opostos: nascer x morrer; o intervalo é a vida; o texto nos manda que aproveitemos a vida.
Os clássicos barrocos concebiam aproveitar a vida pelas utilidades que ela oferecia;
atualmente, aproveitar a vida se relaciona mais com a interioridade; viver intensamente uma vida interior; vida interior não supõe vínculo de qualquer natureza, a não ser com o próprio sujeito; o sujeito atuando sobre si mesmo, afastando os miasmas negativos; alcançamos a vida interior quando não nos julgamos como vítimas. Entre o ofensor e o ofendido, há um intervalo; aí, mesmo ofendidos, devemos nos estabelecer; aí está o ponto neutro, aí está a ação sem reação; aí está o agir pelo não agir; você vai percebendo o que é abdicação.
Soliedariedade (Em 05/12/2005)
No cérebro, atua a energia do movimento;
No coração atua a energia fina, do repouso, quanto mais abdicamos das coisas.
Quando esses dois pólos se encontram, a luz se faz no coração.
Os dois pólos se encontram quando abdicamos de nossos desejos.
Estádio lotado. O conferencista pediu que se desligassem as luzes; tudo escuro, acendeu um palito de fósforo no centro do campo e perguntou:
- vocês estão vendo a luz?
- estamos.
- percebam que, se cada um acender sua luz, (no coração), ela pode ser vista por muitos.
- acendam agora seus isqueiros.
O estádio ficou iluminado com a luz de cada um.
O centro do campo, é nosso coração; para que a luz fosse acesa, todos tiveram de abdicar, esvaziar-se, ficar no escuro; com o coração iluminado, eles partilharam entre si a própria luz.
Assim será o mundo de amanhã.
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
Sexo I (Em 02/12/2005)
- Sexo é produto de informação ou falta dela.
- Conversa! Você não está na minha pele, pra sentir o problema.
- Imaginemos uma menina de 8, 9 anos; se você avisar a ela o que vai acontecer, quando vier, ela
já sabe, não vai se expor em conversas com as coleguinhas sobre assunto de sua intimidade.
- É. As conversinhas, os cochichos de banheiro despertam a malícia.
- Quando a menina é informada, ela terá sua sexualidade equilibrada, a ponto de, lá pelos 17 anos,
ao perceber as outras assanhadas e atiradas, perguntar a si mesma: será que eu sou normal?
- Como foi informada antes, não despertou os impulsos.
- Como conseqüência, não se dispôs precocemente para o sexo; não ativou as agressões internas
- Mas... Assim será que funciona há hora h?
- Aquilo é um motor zero quilômetro; é só dar a partida.
Sexo II (Em 01/12/2005)
- Falamos sobre a sexualidade das meninas; o que acontece com os meninos?
- É importante você perceber que, mesmo internamente, o homem está inserido no movimento.
- Deduzo que, dentro da mulher, predomina o repouso; por isso tem a sexualidade equilibrada.
- Repouso significa equilíbrio interior; não significa descanso.
- Se o menino está sujeito às leis do movimento, sua sexualidade tem de ser agressiva.
- A lei do movimento leva a sexualidade masculina a uma constante aceleração.
- Aquilo parece que ferve; o alívio se dá pela explosão.
- Isso não dispensa a mesma informação que foi dada às meninas; ele precisa aprender a
controlar sua vitalidade.
- Devemos reprimir o sexo?
- No momento do orgasmo, a pessoa deve se concentrar no coração, em qualquer situação sexual.
- Isso é curativo para os desvios!
- Homens e mulheres se beneficiam porque a energia é transferida para o coração.
Arte Zen (Em 29/11/2005)
terça-feira, 18 de agosto de 2009
Amor (Em 29/11/2005)
Esta palavra, usada ao longo dos séculos, ficou desgastada a tal ponto de ser empregada atualmente até para os impulsos; os casais, impelidos no atender suas urgências, confundem as pressões endócrinas com amor; outros, apesar das juras de amor “eterno”, não vacilam em acionar o gatilho se o outro foi buscar a felicidade com um terceiro... Amor não é dar; é dar-se; o sujeito atuando sobre si mesmo pela abdicação, pelo despojamento de tudo; a mãe que procura o filho, nada quer em troca; isso é amor. O amor é reflexivo; instala-se sobre o despreendimento; se deixo de fazer o que eu queria porque minha consciência repele, isso é atuar sobre mim mesmo; isso é um ato de amor.