Paz é projeção, reflexos de um mundo em harmonia. A paz está no fundo de um funil para onde convergem todos os silêncios.
A paz está na raiz de uma abdicação; abdicação supõe o silêncio interior; o silêncio interior se faz pelo coração; a paz verdadeira é a que brota de um coração silencioso.
Um estado de paz é forte indicador de referenciais internos que escapam a nossa percepção; um estado de paz comprova a existência de valores instalados nas câmaras secretas de nosso ser; um estado de paz é manifestação da alma, quando são desimpedidos os obstáculos que a mantêm distanciada de nossas aspirações maiores.
Os homens querem a paz, mas dotam os espíritos de trincheiras construídas com esperteza; o espírito, como não tem referencial interno, dá aquilo como verdade, sem saber distinguir entre a bomba e a fé; adota o vício na esperança de paz; mas a paz não alimenta filhos bastardos; a paz não circula por esses becos de mão única.
Há os que buscam a paz no contato com a natureza, nos claustros; mas os ambientes reagem como extensão de uma realidade que habita no mais íntimo de nosso ser; sem lastro de paz, a paz do ambiente cava mais fundo nos destroços de nossas angústias. A paz escapa incontrolável e desliza de mansinho somente pelas esteiras do silêncio.
Se os homens não têm paz é porque perderam o referencial em si mesmos e condicionam sua paz ao empenho alheio, mas a paz não é coletiva; coletivo é o armistício, a trégua.
A paz tem seus coadjuvantes e o principal deles é o direcionamento que damos a nossa mente; a paz preenche o espaço vazio deixado pela mente; enquanto esta se desloca para o coração, a paz assume o lugar vazio e dá um sentido maior a nossa vida.
terça-feira, 13 de outubro de 2009
Paz - Complemento (Em 02/06/2006)
Uns animais entraram numa caverna de muito verde e água fresca; ficaram, procriaram; tempos depois, pretenderam sair, mas os filhotes estavam acostumados à escuridão; não resistiriam à luz.
A caverna é um lugar de paz; mas a paz da caverna é exterior, não basta; precisa de sintonia com a paz de dentro; uma só delas nos leva a procriar a preguiça, a negligência, o tédio.
Esse tipo de filhotes transforma nossa paz num fastígio.
A caverna é um lugar de paz; mas a paz da caverna é exterior, não basta; precisa de sintonia com a paz de dentro; uma só delas nos leva a procriar a preguiça, a negligência, o tédio.
Esse tipo de filhotes transforma nossa paz num fastígio.
Esforço pessoal - Complemento (Em 26/05/2006)
Com o tempo, a águia tem o bico entortado de tal modo que não consegue segurar a presa; então ela se recolhe a um ponto alto da montanha, bate com o bico na pedra dura até destruí-lo e espera o nascimento de um novo bico; com ele, arranca as unhas e as penas velhas. Em pouco tempo, está pronta para recomeçar.
Você percebe a águia ativando suas latências? Arrancando de si mesma as potencialidades com que formar uma águia nova? Não há nenhum pedido a Deus; apenas a iniciativa de abdicar foi suficiente para conseguir. Se o homem aspira por ser um homem novo, tem de abdicar de suas “roupas velhas”.
Você percebe a águia ativando suas latências? Arrancando de si mesma as potencialidades com que formar uma águia nova? Não há nenhum pedido a Deus; apenas a iniciativa de abdicar foi suficiente para conseguir. Se o homem aspira por ser um homem novo, tem de abdicar de suas “roupas velhas”.
O Educador (Em 19/05/2006)
Educador é um profissional versado na arte de arrancar de si mesmo e transferir os frutos maduros de sua ética e de seu saber. Atento aos fluxos interiores, ele intui sobre o modo de alcançar os atributos que dormitam na interioridade daqueles que lhe cabe despertar.
O educador não faz distinção do meio em que atua porque, onde estiver aí estão suas virtualidades disponíveis; ele busca equilibrar os atributos nele mesmo, ao tempo em que atua sobre as latências de seus alunos e os põe a exercitarem-se para atuação no mundo como projeção de um desenvolvimento interior.
O Educador escreve na mente do aluno e o conduz à leitura no coração; o aluno se exercita no trabalhar seus opostos, como investimento de uma prática que conduzirá à conciliação, capaz de projetá-lo por ações conscientes e participações inteligentes.
Já se percebe que o método do Educador é o de se colocar do lado oposto a seu aluno e estabelecer com ele a empatia pela simpatia, de que resulte a conciliação dos opostos porque, quando os opostos se conciliam, uma luz se faz com que iluminar o aprendizado.
Os processos para o caminho da luz passam por um saber seguro e uma postura que não escape à sensibilidade do educando; então o Educador arremessa, acerta e se acerta. Para isso, ele precisa contar com um saber que lhe garanta segurança na transmissão de suas vivências; precisa nutrir a consciência de que é depositário da mesma verdade de que o aluno é portador.
Dos vários métodos em educação, ele se vale daquele que motive os envolvidos em espontânea interação, direcionadas as mentes para um princípio comum no âmbito da cultura.
O educador ideal é mestre de postura; ele é alegre, desenvolto, preciso nas respostas e sobretudo discreto.
O texto está “fora da realidade!” “Os tempos são outros!” Por mais que queiramos um homem sem alma, a alma será sempre um centro de onde promana toda sabedoria; um centro que a perseverança disponibiliza ao Educador lidar com as virtualidades de que todos somos portadores; por ela o Educador alcança sintonia com a intimidade de seus alunos. Quando os alunos perdessem a alma, o educador passaria a ser profissional de recados; os recados de Aristóteles, Jesus, Newton e tantos outros.
“Educador assim vive nas nuvens!” Quem vive nas nuvens está fora de sua realidade; quem está fora de sua realidade não pode ser educador. O Educador moderno é integrado em seu tempo: toma o ônibus e come sanduíche enquanto vai; para ser Educador, e preciso ter os pés no chão, conjugando a realidade de fora e realidade de dentro; assim ele alcança a inteligência e a consciência de seus alunos, preparando-os para a vida e para serem sempre mais sobre si mesmos.
Os “recados” transmitidos pelo Educador, mesmo sobre assuntos de sua área específica, são sempre recheados de conteúdos que levam os educandos a intuírem certa transcendência como marca de um pensador que tem privacidade com a sabedoria.
O educador não faz distinção do meio em que atua porque, onde estiver aí estão suas virtualidades disponíveis; ele busca equilibrar os atributos nele mesmo, ao tempo em que atua sobre as latências de seus alunos e os põe a exercitarem-se para atuação no mundo como projeção de um desenvolvimento interior.
O Educador escreve na mente do aluno e o conduz à leitura no coração; o aluno se exercita no trabalhar seus opostos, como investimento de uma prática que conduzirá à conciliação, capaz de projetá-lo por ações conscientes e participações inteligentes.
Já se percebe que o método do Educador é o de se colocar do lado oposto a seu aluno e estabelecer com ele a empatia pela simpatia, de que resulte a conciliação dos opostos porque, quando os opostos se conciliam, uma luz se faz com que iluminar o aprendizado.
Os processos para o caminho da luz passam por um saber seguro e uma postura que não escape à sensibilidade do educando; então o Educador arremessa, acerta e se acerta. Para isso, ele precisa contar com um saber que lhe garanta segurança na transmissão de suas vivências; precisa nutrir a consciência de que é depositário da mesma verdade de que o aluno é portador.
Dos vários métodos em educação, ele se vale daquele que motive os envolvidos em espontânea interação, direcionadas as mentes para um princípio comum no âmbito da cultura.
O educador ideal é mestre de postura; ele é alegre, desenvolto, preciso nas respostas e sobretudo discreto.
O texto está “fora da realidade!” “Os tempos são outros!” Por mais que queiramos um homem sem alma, a alma será sempre um centro de onde promana toda sabedoria; um centro que a perseverança disponibiliza ao Educador lidar com as virtualidades de que todos somos portadores; por ela o Educador alcança sintonia com a intimidade de seus alunos. Quando os alunos perdessem a alma, o educador passaria a ser profissional de recados; os recados de Aristóteles, Jesus, Newton e tantos outros.
“Educador assim vive nas nuvens!” Quem vive nas nuvens está fora de sua realidade; quem está fora de sua realidade não pode ser educador. O Educador moderno é integrado em seu tempo: toma o ônibus e come sanduíche enquanto vai; para ser Educador, e preciso ter os pés no chão, conjugando a realidade de fora e realidade de dentro; assim ele alcança a inteligência e a consciência de seus alunos, preparando-os para a vida e para serem sempre mais sobre si mesmos.
Os “recados” transmitidos pelo Educador, mesmo sobre assuntos de sua área específica, são sempre recheados de conteúdos que levam os educandos a intuírem certa transcendência como marca de um pensador que tem privacidade com a sabedoria.
O Educador - Complemento (Em 19/05/2006)
Passava na floresta com o discípulo; uma casinha pobre, um casal e três filhos subnutridos.
- como vocês sobrevivem?
- nós temos uma vaquinha. Tomamos parte do leite; a outra trocamos por alimentos, roupas.
Logo adiante avistou a vaquinha e ordenou o discípulo:
- Empurra aquela vaca desfiladeiro abaixo
Tempos depois, o discípulo passando pela região, reviu a casa arrumada, pomar, rezes,
- Vocês melhoraram bastante, o que aconteceu?
- nossa vaquinha caiu no precipício e ficamos sob duras privações, sem leite e comida; tivemos de nos virar; nosso esforço resultou no que o senhor vê.
Fica evidente como o Educador se coloca do lado oposto ao educando, se quiser despertar nele valores com que se superar. Atento à interioridade humana, o Educador sacrifica tudo para que o homem desperte suas potencialidades.
- como vocês sobrevivem?
- nós temos uma vaquinha. Tomamos parte do leite; a outra trocamos por alimentos, roupas.
Logo adiante avistou a vaquinha e ordenou o discípulo:
- Empurra aquela vaca desfiladeiro abaixo
Tempos depois, o discípulo passando pela região, reviu a casa arrumada, pomar, rezes,
- Vocês melhoraram bastante, o que aconteceu?
- nossa vaquinha caiu no precipício e ficamos sob duras privações, sem leite e comida; tivemos de nos virar; nosso esforço resultou no que o senhor vê.
Fica evidente como o Educador se coloca do lado oposto ao educando, se quiser despertar nele valores com que se superar. Atento à interioridade humana, o Educador sacrifica tudo para que o homem desperte suas potencialidades.
As Gazelas - Complemento (Em 12/5/2006)
Sobre as gazelas mencionadas por Saint Exupéry elas, apesar de serem criadas em cativeiro, chega um momento em que apóiam o focinho na direção do deserto e, nesta posição ficam até morrer, se alguém não lhes vier mudar a direção da cabeça.
Atribui isso ao instinto; recebi e-mail manifestando discordância e, polidamente atribuindo o fato à “preservação da vida”.
O instinto salva a vida ou a vida salva o instinto?
O instinto é o alarme; dado o alarme, os animais correm para preservar a vida.
Primeiro o instinto, depois a reação de preservar a vida.
A preservação da vida é exercida pelo lado de fora, os animais correndo;
Após o instinto, os animais agem e reagem; ação ou reação para preservar a vida
O instinto é o irmão menor da intuição.
Existe uma fonte comum a toda espécie de vida.
No profundo de si mesma, ela se manifesta nos animais pelo instinto.
Esses textos querem se aproximar dessa fonte comum.
Seria um prazer mandar uma mensagem pessoal a quem me escreve, a quem comenta meus textos; não me tenho negado a isso, mas por imperícia minha, é certo, as respostas que redijo, são devolvidas por irregularidade no endereço, embora tenha sido copiado da mensagem que recebi.
Se você quiser uma resposta pessoal, discutir um assunto pessoal, faça-me um favor: ao final de sua mensagem, indique seu e-mail. Será mais um motivo para meus agradecimentos.
Atribui isso ao instinto; recebi e-mail manifestando discordância e, polidamente atribuindo o fato à “preservação da vida”.
O instinto salva a vida ou a vida salva o instinto?
O instinto é o alarme; dado o alarme, os animais correm para preservar a vida.
Primeiro o instinto, depois a reação de preservar a vida.
A preservação da vida é exercida pelo lado de fora, os animais correndo;
Após o instinto, os animais agem e reagem; ação ou reação para preservar a vida
O instinto é o irmão menor da intuição.
Existe uma fonte comum a toda espécie de vida.
No profundo de si mesma, ela se manifesta nos animais pelo instinto.
Esses textos querem se aproximar dessa fonte comum.
Seria um prazer mandar uma mensagem pessoal a quem me escreve, a quem comenta meus textos; não me tenho negado a isso, mas por imperícia minha, é certo, as respostas que redijo, são devolvidas por irregularidade no endereço, embora tenha sido copiado da mensagem que recebi.
Se você quiser uma resposta pessoal, discutir um assunto pessoal, faça-me um favor: ao final de sua mensagem, indique seu e-mail. Será mais um motivo para meus agradecimentos.
Ciência (Em 12/05/2006)
Os assuntos discorridos nestes textos procuram enfocar sempre os opostos, dando ênfase ao equilíbrio que os pares devem manter entre si: espírito x alma, mente x coração, fora x dentro, movimento x repouso.
A Ciência não se desenvolve em função de seu oposto: versa sobre o que acontece apenas de um lado, do lado de fora; atua no mundo do movimento, sem considerar o repouso. A Ciência não busca equilibrar-se com seu contrário; assim, de um modo geral, ela se torna efeito sem causa.
Não é intenção dessas linhas desmerecer a Ciência, o quanto tem de esforço no sentido de preservar a vida, de promover o conhecimento humano; é que ela pesquisa e experimenta se aquilo é bom; nisso repete o que Deus fazia; acontece que Deus é Filho; um Filho em comunhão com o Pai; a Ciência é conduzida como se bastasse a si mesma.
Claro que a Ciência em si nada tem a ver com o apego ao imediatismo; isso é próprio do homem; o homem quer resposta pronta, concreta, demonstrável. O homem se recusa a se servir da Ciência para alcançar a Consciência; a Consciência se situa na margem oposta do rio da vida. Sem esse esforço, de freqüentar as partes ambas, a Ciência não consegue se estabelecer numa linha de equilíbrio; o homem sabe disso, mas se nega ao que não consegue demonstrar.
Qualquer que seja a linha científica, ela se utiliza de três atributos: memória, razão e inteligência; esses atributos não alcançam a interioridade, não entram no campo do repouso porque no repouso cessa o movimento.
Considerados separadamente, esses três atributos são exteriores ao homem: pela memória, o homem sai de si mesmo e se fixa num tempo e num espaço fora da sua realidade; por exemplo: se quisermos comentar o julgamento de Sócrates, temos de sair de nós até a Grécia Antiga e ocuparmos um dos lugares, ao lado, quem sabe, de quem o caluniava.
A razão quer demonstração, comprovação por números ou pela lógica; a razão se apóia sobretudo nos órgãos dos sentidos; esses são valores voltados para fora; os valores da razão adquirem mais consistência se forem de consenso geral; se são de consenso geral, são exteriores a nós.
A inteligência pára os objetos e os coloca em confronto de identificar o que eles têm de comum; quando ela libera o objeto que prendeu, ele já perdeu a atualidade.
O Huble, o telescópio da Nasa, ilustra bem este aspecto da inteligência: ele nos envia belíssimas fotos de fenômenos cósmicos; mas esses fenômenos podem ter deixado de existir há milênios; as fotos nos chegam num tempo fora do tempo da realidade que elas representam.
Se a Ciência precisa parar o objeto, o homem deveria convergi-la para a interiorização, porque no interior dele está o repouso, a ausência de movimento; o homem então se manifesta como “paradoxo ambulante”, no dizer de Teilhard Chardin.
A Ciência não se desenvolve em função de seu oposto: versa sobre o que acontece apenas de um lado, do lado de fora; atua no mundo do movimento, sem considerar o repouso. A Ciência não busca equilibrar-se com seu contrário; assim, de um modo geral, ela se torna efeito sem causa.
Não é intenção dessas linhas desmerecer a Ciência, o quanto tem de esforço no sentido de preservar a vida, de promover o conhecimento humano; é que ela pesquisa e experimenta se aquilo é bom; nisso repete o que Deus fazia; acontece que Deus é Filho; um Filho em comunhão com o Pai; a Ciência é conduzida como se bastasse a si mesma.
Claro que a Ciência em si nada tem a ver com o apego ao imediatismo; isso é próprio do homem; o homem quer resposta pronta, concreta, demonstrável. O homem se recusa a se servir da Ciência para alcançar a Consciência; a Consciência se situa na margem oposta do rio da vida. Sem esse esforço, de freqüentar as partes ambas, a Ciência não consegue se estabelecer numa linha de equilíbrio; o homem sabe disso, mas se nega ao que não consegue demonstrar.
Qualquer que seja a linha científica, ela se utiliza de três atributos: memória, razão e inteligência; esses atributos não alcançam a interioridade, não entram no campo do repouso porque no repouso cessa o movimento.
Considerados separadamente, esses três atributos são exteriores ao homem: pela memória, o homem sai de si mesmo e se fixa num tempo e num espaço fora da sua realidade; por exemplo: se quisermos comentar o julgamento de Sócrates, temos de sair de nós até a Grécia Antiga e ocuparmos um dos lugares, ao lado, quem sabe, de quem o caluniava.
A razão quer demonstração, comprovação por números ou pela lógica; a razão se apóia sobretudo nos órgãos dos sentidos; esses são valores voltados para fora; os valores da razão adquirem mais consistência se forem de consenso geral; se são de consenso geral, são exteriores a nós.
A inteligência pára os objetos e os coloca em confronto de identificar o que eles têm de comum; quando ela libera o objeto que prendeu, ele já perdeu a atualidade.
O Huble, o telescópio da Nasa, ilustra bem este aspecto da inteligência: ele nos envia belíssimas fotos de fenômenos cósmicos; mas esses fenômenos podem ter deixado de existir há milênios; as fotos nos chegam num tempo fora do tempo da realidade que elas representam.
Se a Ciência precisa parar o objeto, o homem deveria convergi-la para a interiorização, porque no interior dele está o repouso, a ausência de movimento; o homem então se manifesta como “paradoxo ambulante”, no dizer de Teilhard Chardin.
Ciência - Complemento (Em 12/05/2006)
Segundo os chineses, depois de plantada, a semente do bambu permanece por cinco anos sedimentando suas raízes na horizontalidade da terra, sem que nada seja visto; todo o crescimento é subterrâneo; cinco anos depois ele cresce até atingir a altura de 25 metros.
Quem sabe, poderíamos aprender com esses bambus: eles nos indicam que deveríamos começar pela interiorização, nutrindo nossas raízes do repouso; então seríamos capazes de ganhar impulso e nos lançarmos aos planos superiores.
Quem sabe, poderíamos aprender com esses bambus: eles nos indicam que deveríamos começar pela interiorização, nutrindo nossas raízes do repouso; então seríamos capazes de ganhar impulso e nos lançarmos aos planos superiores.
Intuição (Em 05/05/2006)
A intuição é um atributo de contato pelo lado de dentro; nosso lado de dentro se relacionando com o lado de dentro das coisas, das situações; elas são da mesma origem e têm entre si um denominador comum, uma ligação de que só a intuição se serve. A intuição é também um instrumento de contato com nosso eu profundo; apóia-se no fio de relação íntima que as realidades possuem, em decorrência de suas origens comuns.
Ela resulta da persistência em dois níveis
Sabe-se de monges que estudam o mesmo texto curto, dissecando-o quanto à ortografia, a sintaxe, a eufonia, seu conteúdo, a que linha de pensamento, se é possível substituir alguma palavra e outras, até que se forme uma caixa de ressonância no interior do estudioso; a intuição busca ali os flashs de criatividade ou de maior alcance, conforme o direcionamento do texto.
Os grandes recordistas são experimentados na arte de repetir os mesmos gestos; com o tempo, esses gestos parecem guiados por mão invisível que aponta a fração de segundo em que uma ação deve ser aplicada para gerar recordes.
Dir-se-á que isso resulta da concentração; sem duvida, quanto mais nos concentramos, mais descemos em nós mesmos e quanto mais descemos, mais a intuição pula por dentro do vazio.
A concentração, se bem profunda, estimula a intuição; mas a concentração é acionada de fora para dentro; a intuição parece tomar a tocha olímpica da concentração e alcançar páramos insondáveis de onde traz o êxito cujo alcance nos surpreende.
Existe ainda um segundo grau de intuição: aquela que nos conduz ao eu profundo; essa se realiza sem ponto de referência, já que, no interior humano, mais profundo, mais vazio; o ar é rarefeito e a intuição só alcança o Todo aos pulos; é sua função porque ela mora no deserto.
A intuição é uma instância de ligação entre a vontade do homem e sua alma; entre a alma e a Fonte de suas Origens.
Ela resulta da persistência em dois níveis
Sabe-se de monges que estudam o mesmo texto curto, dissecando-o quanto à ortografia, a sintaxe, a eufonia, seu conteúdo, a que linha de pensamento, se é possível substituir alguma palavra e outras, até que se forme uma caixa de ressonância no interior do estudioso; a intuição busca ali os flashs de criatividade ou de maior alcance, conforme o direcionamento do texto.
Os grandes recordistas são experimentados na arte de repetir os mesmos gestos; com o tempo, esses gestos parecem guiados por mão invisível que aponta a fração de segundo em que uma ação deve ser aplicada para gerar recordes.
Dir-se-á que isso resulta da concentração; sem duvida, quanto mais nos concentramos, mais descemos em nós mesmos e quanto mais descemos, mais a intuição pula por dentro do vazio.
A concentração, se bem profunda, estimula a intuição; mas a concentração é acionada de fora para dentro; a intuição parece tomar a tocha olímpica da concentração e alcançar páramos insondáveis de onde traz o êxito cujo alcance nos surpreende.
Existe ainda um segundo grau de intuição: aquela que nos conduz ao eu profundo; essa se realiza sem ponto de referência, já que, no interior humano, mais profundo, mais vazio; o ar é rarefeito e a intuição só alcança o Todo aos pulos; é sua função porque ela mora no deserto.
A intuição é uma instância de ligação entre a vontade do homem e sua alma; entre a alma e a Fonte de suas Origens.
Intuição - Complemento (Em 05/05/2006)
Saint Exupéry nos conta sobre umas gazelas criadas em cativeiro; em um dado momento, elas apóiam o focinho na direção do deserto e assim ficam até morrer, se alguém não lhes vier desviar a cabeça daquela posição.
Isso é instinto dos animais; era de se supor que o homem desenvolvesse pelo menos o instinto de concentrar a mente na direção de suas origens; então a intuição teria impulso para alcançar os páramos na interioridade.
Isso é instinto dos animais; era de se supor que o homem desenvolvesse pelo menos o instinto de concentrar a mente na direção de suas origens; então a intuição teria impulso para alcançar os páramos na interioridade.
Sonho (Em 27/04/2006)
Decerto não haveria sonho se nosso inconsciente não estivesse agitado; o sonho é uma forma de o inconsciente manifestar as agitações que se passam na área do repouso; o sonho é uma espécie de catarse; uma bolha que estoura por pressão.
Por mais variadas que sejam as manifestações, o sonho está relacionado com quem sonha; quero dizer que todo sonho tem a causa primeira em quem sonha; outros componentes podem se aderir no percurso do sonho mas o impulso inicial vem do inconsciente de quem está sonhando.
O sonho é resultante de uma agitação de fora que se instalou no inconsciente; é produto de um movimento alojado no repouso, trazido por uma adversidade aguda, que dá origem ao trauma; o sonho é resultante de um trauma. Como os traumas estão esquecidos no inconsciente, fica difícil relacionar o sonho com sua causa.
Três são as providências que se têm tomado:
a – interpretar o sonho;
b – contar o sonho a alguém de confiança;
c – reproduzir o sonho por escrito.
Interpretar não resolve porque a inteligência relaciona fatos; encontra a relação entre os fatos; o sonho é um fato, mas a causa do sonho não é conhecida; a inteligência não pode relacionar o sonho com uma causa de que nos esquecemos.
Contar o sonho a alguém: quem nos ouve está em repouso para nos ouvir; como o sonho se expressa no movimento, repouso e movimento dão origem a um terceiro elemento que só pode ser uma interpretação, ou uma orientação; não se alcançou a causa do sonho.
Escrever sobre o sonho é o correto porque enquanto descemos em nós mesmos à procura da palavra ideal relacionada com a imagem do sonho, criamos oportunidade para que a causa de nosso sonho possa escapar pelas fendas abertas na descida. Além do mais, a escrita se verifica no silêncio em que, quem escreve, está em contato com sua intimidade, daí pode surgir a catarse, o alívio.
- E se o sonho se relacionar com aspectos sobrenaturais? Eles não estão em nosso inconsciente!
- Eles sempre estão em nosso inconsciente, mesmo que seja por aspiração do espírito.
- Qual a atitude a se tomar?
- Você pode comentar, interpretar, contar a alguém, ou escrever sobre ele; depois disso, vêm mais duas etapas:
- meditar sobre ele: as cores, os gestos, o conteúdo, as pessoas ou coisas, alguma idéia solta, tentar ligar as partes fragmentadas porque ele é portador de uma mensagem;
- tentar intuir sobre a mensagem.
Por mais variadas que sejam as manifestações, o sonho está relacionado com quem sonha; quero dizer que todo sonho tem a causa primeira em quem sonha; outros componentes podem se aderir no percurso do sonho mas o impulso inicial vem do inconsciente de quem está sonhando.
O sonho é resultante de uma agitação de fora que se instalou no inconsciente; é produto de um movimento alojado no repouso, trazido por uma adversidade aguda, que dá origem ao trauma; o sonho é resultante de um trauma. Como os traumas estão esquecidos no inconsciente, fica difícil relacionar o sonho com sua causa.
Três são as providências que se têm tomado:
a – interpretar o sonho;
b – contar o sonho a alguém de confiança;
c – reproduzir o sonho por escrito.
Interpretar não resolve porque a inteligência relaciona fatos; encontra a relação entre os fatos; o sonho é um fato, mas a causa do sonho não é conhecida; a inteligência não pode relacionar o sonho com uma causa de que nos esquecemos.
Contar o sonho a alguém: quem nos ouve está em repouso para nos ouvir; como o sonho se expressa no movimento, repouso e movimento dão origem a um terceiro elemento que só pode ser uma interpretação, ou uma orientação; não se alcançou a causa do sonho.
Escrever sobre o sonho é o correto porque enquanto descemos em nós mesmos à procura da palavra ideal relacionada com a imagem do sonho, criamos oportunidade para que a causa de nosso sonho possa escapar pelas fendas abertas na descida. Além do mais, a escrita se verifica no silêncio em que, quem escreve, está em contato com sua intimidade, daí pode surgir a catarse, o alívio.
- E se o sonho se relacionar com aspectos sobrenaturais? Eles não estão em nosso inconsciente!
- Eles sempre estão em nosso inconsciente, mesmo que seja por aspiração do espírito.
- Qual a atitude a se tomar?
- Você pode comentar, interpretar, contar a alguém, ou escrever sobre ele; depois disso, vêm mais duas etapas:
- meditar sobre ele: as cores, os gestos, o conteúdo, as pessoas ou coisas, alguma idéia solta, tentar ligar as partes fragmentadas porque ele é portador de uma mensagem;
- tentar intuir sobre a mensagem.
Sonho - Complemento (Em 27/04/2006)
Havia uma sala de mil espelhos; um cãozinho saltitante, em sua curiosidade alegre, passou pela porta e se deparou com mil cães de orelhas levantadas, carinhas que eram quase um sorriso. Saiu dali feliz e foi avisar ao cão vizinho, de aspecto sisudo, sempre rosnando até contra o vento. Foi ver: abriu a porta e se deparou com mil cães carrancudos, rosnando contra ele, em atitude ameaçadora; fugiu dali.
Apliquemos a situação dos cães ao sonho: a feição deles projeta o mundo de cada um.
Os dois representam nosso estado de humor originado dos traumas que se instalaram em nosso inconsciente; frente a um espelho, chegamos a estranhar nossa própria imagem, por desconhecermos os desgastes que os traumas causam em nossa interioridade. É natural que sonhos oriundos de regiões assim denunciem perturbação no inconsciente.
O cãozinho, além de sair feliz, foi participativo: quis dividir com o outro a felicidade de ver a própria fisionomia ao natural; em inconsciente assim os sonhos são mensagens apropriadas à meditação.
Apliquemos a situação dos cães ao sonho: a feição deles projeta o mundo de cada um.
Os dois representam nosso estado de humor originado dos traumas que se instalaram em nosso inconsciente; frente a um espelho, chegamos a estranhar nossa própria imagem, por desconhecermos os desgastes que os traumas causam em nossa interioridade. É natural que sonhos oriundos de regiões assim denunciem perturbação no inconsciente.
O cãozinho, além de sair feliz, foi participativo: quis dividir com o outro a felicidade de ver a própria fisionomia ao natural; em inconsciente assim os sonhos são mensagens apropriadas à meditação.
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