Havia uma sala de mil espelhos; um cãozinho saltitante, em sua curiosidade alegre, passou pela porta e se deparou com mil cães de orelhas levantadas, carinhas que eram quase um sorriso. Saiu dali feliz e foi avisar ao cão vizinho, de aspecto sisudo, sempre rosnando até contra o vento. Foi ver: abriu a porta e se deparou com mil cães carrancudos, rosnando contra ele, em atitude ameaçadora; fugiu dali.
Apliquemos a situação dos cães ao sonho: a feição deles projeta o mundo de cada um.
Os dois representam nosso estado de humor originado dos traumas que se instalaram em nosso inconsciente; frente a um espelho, chegamos a estranhar nossa própria imagem, por desconhecermos os desgastes que os traumas causam em nossa interioridade. É natural que sonhos oriundos de regiões assim denunciem perturbação no inconsciente.
O cãozinho, além de sair feliz, foi participativo: quis dividir com o outro a felicidade de ver a própria fisionomia ao natural; em inconsciente assim os sonhos são mensagens apropriadas à meditação.
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