Educador é um profissional versado na arte de arrancar de si mesmo e transferir os frutos maduros de sua ética e de seu saber. Atento aos fluxos interiores, ele intui sobre o modo de alcançar os atributos que dormitam na interioridade daqueles que lhe cabe despertar.
O educador não faz distinção do meio em que atua porque, onde estiver aí estão suas virtualidades disponíveis; ele busca equilibrar os atributos nele mesmo, ao tempo em que atua sobre as latências de seus alunos e os põe a exercitarem-se para atuação no mundo como projeção de um desenvolvimento interior.
O Educador escreve na mente do aluno e o conduz à leitura no coração; o aluno se exercita no trabalhar seus opostos, como investimento de uma prática que conduzirá à conciliação, capaz de projetá-lo por ações conscientes e participações inteligentes.
Já se percebe que o método do Educador é o de se colocar do lado oposto a seu aluno e estabelecer com ele a empatia pela simpatia, de que resulte a conciliação dos opostos porque, quando os opostos se conciliam, uma luz se faz com que iluminar o aprendizado.
Os processos para o caminho da luz passam por um saber seguro e uma postura que não escape à sensibilidade do educando; então o Educador arremessa, acerta e se acerta. Para isso, ele precisa contar com um saber que lhe garanta segurança na transmissão de suas vivências; precisa nutrir a consciência de que é depositário da mesma verdade de que o aluno é portador.
Dos vários métodos em educação, ele se vale daquele que motive os envolvidos em espontânea interação, direcionadas as mentes para um princípio comum no âmbito da cultura.
O educador ideal é mestre de postura; ele é alegre, desenvolto, preciso nas respostas e sobretudo discreto.
O texto está “fora da realidade!” “Os tempos são outros!” Por mais que queiramos um homem sem alma, a alma será sempre um centro de onde promana toda sabedoria; um centro que a perseverança disponibiliza ao Educador lidar com as virtualidades de que todos somos portadores; por ela o Educador alcança sintonia com a intimidade de seus alunos. Quando os alunos perdessem a alma, o educador passaria a ser profissional de recados; os recados de Aristóteles, Jesus, Newton e tantos outros.
“Educador assim vive nas nuvens!” Quem vive nas nuvens está fora de sua realidade; quem está fora de sua realidade não pode ser educador. O Educador moderno é integrado em seu tempo: toma o ônibus e come sanduíche enquanto vai; para ser Educador, e preciso ter os pés no chão, conjugando a realidade de fora e realidade de dentro; assim ele alcança a inteligência e a consciência de seus alunos, preparando-os para a vida e para serem sempre mais sobre si mesmos.
Os “recados” transmitidos pelo Educador, mesmo sobre assuntos de sua área específica, são sempre recheados de conteúdos que levam os educandos a intuírem certa transcendência como marca de um pensador que tem privacidade com a sabedoria.
Nenhum comentário:
Postar um comentário