terça-feira, 4 de maio de 2010
Um pedido (Em 27/12/2007)
Meu compromisso com a Mente Humana - 1/3 (Em 27/12/2007)
Se falo da mulher, não sou contra o homem; estaria atentando contra minha natureza.
Falando da mulher, pretendo apenas repor a justiça; mostrar que se cometeu um engodo contra a mente humana, tomando a mulher como escudo.
O homem é educado em oposição à formação da mulher; vimos, em um dos textos da semana passada, que a mulher deve ser passiva, submissa; o homem, por oposição, aprendeu a ser machão, não chora, prima pela força; o homem fica assim situado entre a mulher e o bruto.
A formação do homem é demasiado racionalista e lhe tira a fé, inclusive nele mesmo; o homem só acredita no que vê; como não se vê por dentro, esse por dentro não existe; é coisa de auto ajuda, deve ser descartado. Que pena!
Essa idéia distorcida é que procuro dirimir em quem me lê: uma pessoa racionalista está se utilizando apenas de uma parte de seus sete atributos.
Meninos e Meninas - 2/3 (Em 27/12/2007)
- as meninas são preparadas para o desempenho de ser mães e afinidades com o lar.
- os meninos não são preparados para serem pais, nem para desenvolverem suas potencialidades.
Explico-me:
À menina dá-se uma boneca; a menina arruma um bercinho, aprende a cuidar dele, limpa tudo em volta, dá comida, dá de mamar, dá injeção, se precisar, e vai cometendo gestos de que se utilizará na prática de esposa e mãe. Dir-se-á que hoje já não é assim. De qualquer modo, a menina ganha um ursinho ou algo com que ela desenvolva o afeto.
E o menino?
Onde estão os brinquedos que preparem os meninos para a uma profissão? Onde estão os brinquedos que levem o menino a escolher aquilo com que mais se afina?
- Não. Eu não gosto deste brinquedo; gosto mais deste sobre enfermagem.
- Já eu prefiro este sobre ciências contábeis.
- Ah! Este sobre o domínio da fala, pra mim é o melhor.
- Eu quero é fazer paredes; saber como se faz um alicerce; acho bonitos esses prédios
Vemos assim que a própria sociedade não está preparada para orientar meninos, por isso os acoberta com camuflagens assim:
Os meninos podem sair por aí, acumulando conquistas amorosas. Depois se casam e têm de recolher todo o elã que os próprios pais estimularam.
Estou errado?
Já nem falo das simulações de armas de fogo, da proliferação dos jogos de violência que, por falta de opção, é preferência entre os meninos!
Estou errado?
Os filhos vão fazer cursos e, na metade do curso, percebem que não era aquela a área; não têm aptidão para aquilo; voltam tudo de novo; novo vestibular e vão assim perdendo tempo tateando uma escolha para a qual não foram preparados.
Fazem lembrar aquelas gazelas africanas, passaram toda a vida em cativeiro, num dado momento, enfiam o focinho na direção do deserto; ficam naquela posição até a morte, se não houver quem lhes vire a cabeça em outra direção.
O pior é que o moço tem de virar a própria cabeça e não lhe dizem para onde...
Graus de Inteligência - 3/3 (Em 27/12/2007)
- racional,
- emocional,
- mística.
A inteligência racional é esta em que nos atolaram e da qual nós não conseguimos sair.
Desde a Idade Média a coisa vem assim: racionalizada; depois veio Descartes e serviu de eixo para que se abrisse o leque da racionalidade na filosofia; mais adiante, o cientificismo; com o cientificismo, passamos e a acreditar apenas naquilo que vemos, que conseguimos demonstrar.
Mas há milhões tentando vender a idéia de que a racionalidade é exatamente um terço da metade do que somos; é menos ainda; a racionalidade é uma das sete partes de que nos compomos.
O ponto atual da racionalidade e o descrédito de tudo o que não é visível, palpável; então não acreditamos em nossa interioridade porque não a vemos. Se eu não vejo meus valores de dentro, tudo é história da Carochinha; e vamos levando a vida assim ao Deus dará.
A inteligência emocional é própria dos artistas, dos intuitivos, daqueles que captam as coisas por mais escondidas; esses normalmente são atormentados porque não conseguem encontrar o motivo de serem impulsivos, de procurarem algo sobre o qual não têm noção.
A coisa é simples de explicar; não sei se é tão fácil de entender: os portadores de inteligência emocional são pessoas que se interiorizam, mas essa interiorização tem o objetivo de encontrar valores de que necessitam para suas atividades. Por exemplo: o poeta entra em si por encontrar seu estro; o compositor entra em si por encontrar a melodia ideal; e assim os demais. Nessa interiorização, eles passam perto da luz e não alcançam a luz; o espírito se desespera.
Há ainda uma inteligência mística; é aquela que desce ao próprio interior, mas sem objetivo algum; abandonou tudo; desce vazia para o vazio; a mente pegou o silêncio absoluto e o levou para seus recônditos. Nessa dimensão a mente encontra a luz e se ilumina; passa a atuar como um farol: eficiente para qualquer lado a que se mover.
Quis com este texto apenas mostrar o quanto nós precisamos ainda nos desenvolver, porque:
- a mente dispõe de três atributos: memória, razão e inteligência.
A inteligência é apenas um dos três atributos da mente.
A inteligência racional é uma das divisões da inteligência.
- o ser humano tem disponíveis 7 atributos: sabedoria, verdade, justiça, amor, memória, razão e
inteligência; a inteligência é apenas um dos sete; a inteligência racional é apenas a parte de um
dos sete atributos do ser humano.
Por aí é possível percebermos o quanto ainda precisamos nos desenvolver
Natal dos pobres - 1/3 (Em 20/12/2007)
Ponhamos uns trocados no bolso,
E saiamos pelas ruas distribuindo-os
Aos pobres que encontrarmos.
Uns versinhos de não sei quem
Ainda repercutem em mim,
Sobre o sonho de um pobre
Na noite de Natal:
“Disseram-lhe uma vez que todo pobrezinho
Recebe, no Natal, lindas prendas, brinquedos;
Que Jesus vem à meia noite de mansinho,
Transformando tudo ao toque de seus dedos.”
Uma pessoa que nos estende a mão
Tem é diplomada em pobreza.
Rompeu a tradição.
Tem méritos escondidos.
Cada um de nós pode ser Jesus,
Para aqueles que necessitam.
Se não lhes curamos as feridas
Podemos ser lenitivo para suas restrições.
Alegria - 2/3 (Em 20/12/2007)
Explode na gente
Como um grito de guerra.
Imagino as pessoas possuídas
Pelo afã de defender um ideal ultrajado.
Assim é a alegria, incontida
É-se feliz mesmo quando erra.
Ela simplesmente nos comunica sua força
Sobe para o telhado e toma conta da casa.
Tornamo-nos vasos comunicantes.
A alegria veio dos impulsos da
Alma.
Ser alegre é ser receptivo
De uma mensagem que se adere à vida.
Ser alegre é ser comunicador
De uma verdade interior.
As pessoas se sintonizam com a
Sinceridade da alegria
Porque também aspiram a ser
Alegres.
Virgindade - duas visões sobre o assunto - 3/3 (Em 20/12/2007)
- Não projete sua situação nos outros.
- O que é ser virgem?
- É não ceder aos apelos da mente sobre o próprio sexo.
- Você está querendo separar mente e sexo!
- Sim. São dois aspectos diferentes; a mente é que estimula o sexo.
- Verdade. Num ato, se tirar a mente, a coisa se desfigura.
- Já vê você que a virgindade é questão de segurar a mente.
- Então uma mulher estuprada pode ser virgem!
- Sem dúvida alguma, se ela não participou daquilo.
- Essas que resistem até a morte são virgens!
- Naquele ato são.
- Eu sempre soube que era virgem aquela que não praticou sexo.
- É virgem aquela que preserva a mente mesmo durante o sexo.
- Como você coloca as coisas, uma mulher casada pode ser virgem!
- Claro! Se ela simplesmente atende o marido e não se atende.
- Mas então por que casou?
- Por uma imposição qualquer, nem sempre conhecida.
- E a mocinha que está lá no quarto, cheia de entusiasmos?
- Essa já não é mais virgem, mesmo sem ter tido contato com homem.
- Não entendo.
- Essa palavra, “virgem” é empregada pela sociedade para distinguir uma moça
que não teve contato físico com homem.
Mas a verdadeira virgindade é espiritual, verifica-se em uma pessoa que limpou a mente de
.qualquer tendência ao sexo.
- Agora eu entendo por que se diz que aquela Mulher é virgem.
- Sobre ela incidiram três leis
a – a lei que impunha o casamento a moças de sua faixa de idade.
b – a lei divina a que se submeteu
c – a lei da procriação, por dever de casada.
- Tudo em profunda meditação...
- Por isso se diz dela que “meditava sobre essas coisas em seu coração”.
Crônica da corte - 1/3 (Em 13/12/2007)
O rei, apesar de resistir, sentiu-se constrangido porque muito se maldou a seu respeito, no tocante a uma aventura sub-reptícia, nos acolchoados da noite, em campo fora de seu mister familiar.
Acresceram-se sobremaneira histórias sobre arvoredos que se destacaram do matagal rasteiro; esforços do nobre rei no plantio de sementes com que fecundara solo próprio, ao longo de sua égide.
Para uma sucessão criteriosa, os áulicos se perderam nos conchavos, nos acertos, nas artimanhas, nas urdiduras, enfim, naquilo que o primeiro ministro conhecia pelo nome de maracutaia; tinham de consenso os delineamentos de todos os trâmites de bastidores, de tal forma que tudo parecesse, aos olhos dos súditos, como assunto de inconteste sobriedade na escolha de outro representante singular na prática do ofício.
Durante algum tempo o trono ficou em vacância a ponto de deixar, nos súditos, a impressão de que o cargo não era tão de premência como se fazia mister entender.
O respeito pelo trono vacante chegou a ponto de se transferirem os debates para os corredores da casa real e a eficiência nos trabalhos continuou com o mesmo padrão de qualidade em prol do bem estar dos áulicos.
O primeiro ministro era mestre em frases de oitiva e nisso ganhava foro de audiências
entre os pouco afeitos às letras. No período de sua gestão, uma agremiação de suas afeições sofreu um duro revés e o ministro solidário com seus eleitores, sofreu com ela aquele golpe que o destino preparara a todos. Não menos retumbante foi a perda de prorrogar uma causa, sem que a causa que defendia encontrasse causa na causa de tanto burburinho em defender o solo geral e o desmatamento jogou por terra os alimentos com que se saciavam as aves de rapina.
Estas linhas já estavam registradas nos anais da coroa quando um novo rei foi escolhido por maioria absoluta que, para isso, funcionavam os bastidores com a eficiência de zelarem pelas coesões subterrâneas de bem conduzirem negócios da madrugada.
Deus salve o rei e a nós também...
A Mulher no Novo Testamento - 2/3 (Em 13/12/2007)
Na realidade, o desamparado é o homem; ele é que precisa de apoio; o homem encontra apoio em duas fontes:
- na meditação;
- na mulher.
A mulher atua pelo lado de fora de si mesma com 4 atributos; como está atuando no mundo, utiliza-se também dos atributos do homem.
O homem tem disponíveis 3 atributos, mas só lida com 1: a memória, quando muito, um pouco da razão.
Os atributos com que o homem lida no mundo estão dentro da mulher;
Os atributos com que a mulher lida no mundo estão dentro do homem.
É mais fácil à mulher entrar em si e se apossar dos atributos do homem do que o homem entrar em si e se apossar dos atributos da mulher.
Para se camuflar esse desacerto em que vive o homem, vejam-se as recomendações que se fazem sobre a mulher no Novo Testamento:
1 - a mulher esteja calada nas igrejas; porque não lhes é permitido falar, mas devem estar
sujeitas ao marido, como também ordena a lei 1 Cor 14,34
2 - mulheres, sede submissas a vossos maridos, como convém no Senhor. Cl 3,18
3 - a mulher aprenda em silêncio, como toda submissão. 1 Tm 2,11
4 - não é permitido à mulher que ensine, nem que se arrogue autoridade sobre o marido.
1 Tm 2,12
5 - o homem ora com a cabeça descoberta; a mulher com a cabeça coberta1 Cor 11,4-5
À primeira vista, parece que a mulher é um ser condenado; nada disso: é apenas o reconhecimento de que ela precisa esperar o homem ajudando-o em seu desenvolvimento espiritual.
1 – Que a mulher esteja calada; se falar, ela é intuitiva, mística, sábia no que diz respeito às
carências espirituais do homem; vai entrar num campo que o homem não alcança.
2 - a mulher deve estar sujeita ao marido: é função da mulher esmagar a cabeça da serpente;
isto é, falar com o homem numa linguagem que a serpente não alcance: pela intuição, pela
verdade, pela abdicação de si mesma, moldar no homem seus impulsos.
3 – a mulher deve aprender em silêncio; aprende-se em silêncio meditando; a meditação deve
ser feita em silêncio.
4 – se não é para “arrogar autoridade” é porque tem autoridade, só que não deve se valer
disso, porque seria diminuir algo que ela tem como incumbência exaltar
5 – o homem com a cabeça descoberta porque a luz vem do alto e a cobertura na cabeça
atrapalharia a recepção da luz; a mulher com a cabeça coberta porque a luz já está nela;
Para não cansar, dividi o assunto em duas partes; a outra sairá na próxima semana.
Huble - uma foto - 3/3 (Em,13/12/2007)
Digo isso porque recebi umas fotos de fenômenos no universo; passei-as a todos; a primeira foi tirada pelo Huble: apresenta uma bacia de luz, bordas arroxeadas. De uma extremidade à outra da bacia são cinqüenta mil anos luz; considerando que um ano luz tem nove trilhões e quinhentos bilhões de quilômetros, é possível imaginar como o espaço parece diluir-se nesse ilimitado.
Será que aquela coisa imensa tem repercussão em nós? Como encontrar sentido daquilo em nós? Será que é possível?
Imaginei que nós temos um cérebro arredondado, no formato daquela bacia; temos três pontos no cérebro; as três marias: cerebelo, hipófise e pineal , cada uma como estrela luminosa no alto do céu de nossa mente; temos também duas glândulas nas laterais da testa que conhecemos com o nome de fontes; as três marias com as duas fontes formam o cruzeiro do sul. Ora, nosso cérebro, por ser arredondado, assume o aspecto daquele conjunto de galáxias captadas pelo Huble. Lá a luz se expande para baixo e para cima; entre nós, tudo ainda está por fazer.
Então comparando as duas galáxias, aquela já está acabada; esta, na nossa tudo está por fazer ainda; aquela é inconsciente; esta pode adquirir consciência de que precisa irradiar luz para cima e para baixo.
Dizem que as estrelas se dirigem para um ponto a que se denomina por apex; em nós as estrelas serão direcionadas para um ponto que chama coração; pelo coração, chegaremos à alma; ali é o ponto ômega; o ponto final.
sábado, 1 de maio de 2010
Quando o silêncio grita - 1/3 (Em 06/12/2007)
O que deu na cabeça desses homens de deixar essa menina presa em meio a tantos criminosos? Primitivismo? Canibalismo? Será que um índio faria isso com uma indiazinha de sua tribo?
Quem assim tão sem lei!
O que desperta em nós isso? Nojo? Asco? Engulho? Mas aí eu me percebo em contradição, porque só pode ver essas chagas quem está fora delas e fora delas é a lei.
Tá bem, aceito; mas que lei? Qual foi a lei que moveu esses desventurados a decisão tão inusitada?
É possível aquilatar o nível de consciência em que anda essa gente?
Soube que a menina se queixava de enjôos; decerto engravidou nos tentáculos do polvo.
E vem a lei dizer que é proibido o aborto! Se onde residia a lei a lei foi omissa, por que se impor a lei naquilo em que a lei se omitiu?
Quero ver o Estado sustentar esse filho do sem-rosto. Sim porque o Estado aliciou uma menor para, em suas dependências, ser violentada por ratos.
Estou errado?
Por outro lado, você viu como o silêncio explode!
Essa menina, no silêncio de seu desamparo, colocou o corpinho a serviço de uma denúncia que fez eco no país e fora dele.
Essa menina despertou a consciência de muitos.
Essa menina vai permanecer no anonimato, como convém às grandes Mulheres.
Essa menina é uma das velas acesas no castiçal de Deus.
Reminiscências - 2/3 (Em 06/12/2007)
O piano toca
Notas fluidas
De extremo simbolismo.
Histórias
Que eu vivi quando
Nas profundezas se faziam sons.
Como podem ser presentes
Emoções perdidas no tempo
Pela sintonia do que não sei?
Em que eu sou essas sonoridades!
Finos rios de correntes emotivas
Que percorrem desde a mente
Ao coração...
A língua - uma visão energética - 3/3 (Em 06/12/2007)
A língua é um órgão impulsionado pela energia do movimento; todos os nossos órgãos sujeitos ao movimento não têm domínio sobre si mesmos; a língua não tem domínio sobre si mesma.
Entre os sujeitos que acionam a língua, podemos citar alguns como:
- a mente, estimulada pelo que os órgãos dos sentidos captam;
- o vigor instintivo de procriação que fala, grita e a língua traduz;
- os traumas psicossomáticos que fizeram do coração um albergue, de onde disseminam a
baderna a ser expressa pela língua;
- nossa história pessoal.
Esses agentes são invasores que se instalaram dentro de nós; eles procedem do movimento e precisam exprimir-se pelo movimento. Daí a agitação de nossa língua; ela está sujeita a impulsos de diversas procedências, quase incontroláveis.
Era comum afirmar-se que, quando íamos ao médico, ele nos pedisse para ver nossa língua. Diziam os oradores sacros que também o Divino Médico há de nos pedir que lhe mostremos a língua, pela qual ele poderá auferir sobre o que fizemos com nossas energias de dentro no sentido de esclarecer o outro.
Os impulsos que assediam a língua são de procedências irracionais; em nada se relacionam com a consciência, por isso expressam desejos de projeção e suas derivações.
Costuma se dizer que as aftas são formadas por acidez no estômago; não é só: há um tipo de aftas formadas por energias acumuladas embaixo da língua; apenas pelo repouso, elas podem perder o vigor.
Dois exercícios:
1 – língua - concentrar-se na língua sem qualquer pensamento; se ela é impulsionada pelo
movimento, temos de criar-lhe um ambiente de repouso.
2 – tiróide – respiração: concentrado na tiróide, fecha a boca e puxa o ar; abre a boca e solta o ar. Dez vezes.
O Homem Sábio e o Culto (Em 29/11/2007)
Sábio
É o que relaciona os bens do mundo com os bens da alma.
O saber que não verticaliza
É cultura.
A cultura é planta rasteira:
Sabe tudo sobre as propriedades do solo,
O andar dos bichos, o calor ou a umidade.
A sabedoria é árvore que se eleva ao céu
E finca as raízes no mais fundo da terra.
As plantas rasteiras estão em lugares mornos, livres dos vendavais.
O sábio cai porque afronta, enfrenta,
Capta nas alturas a mensagem.
O sábio cai, mas tem em si a experiência
Das alturas e das profundidades do solo.
Tem conciliados seus opostos.
A planta rasteira enterra sua produção.
A árvore abdica de seus frutos e os deixa cair para alimentar a vida.
Ser sábio e ter compromisso.
Ser culto é isolar-se na aridez do solo.
O sábio vai buscar a chuva na nuvem,
O culto espera correr a água.
O sábio abriga o pássaro que voa,
O culto não tem domínio sobre as serpentes
Que circulam sobre suas ramas.
A criança e sua pintura (Em 29/11/2007)
A Professora Sílvia Saraiva teve a gentileza de me mandar a história da menininha que fez um desenho; a professora pediu auxílio dos colegas sobre aquela coisa bonita; como entender? Consultou os colegas psicólogos, pedagogos e experimentados na arte de lidar com criança. Cada um dava uma resposta teórica sobre o comportamento de crianças aos 7 anos. A professora não se convenceu.
- querida, se o céu é azul, por que você o desenhou cor-de-rosa?
- mas o céu não é azul tia! esses dias eu vi um céu laranja. À noite ele é sempre preto ou azul
escuro, mas dia claro ele pode ser cinza claro, cinza escuro, vermelho. Sabe tia, uma vez
eu vi uma tempestade tão grande no céu, que ela chegou a pintar o céu de verde! Não é
todo mundo que acredita, mas eu vi; era verde.
A professora ficou boquiaberta com o discurso; nunca tinha pensado nesse tipo de acuidade de uma criança, a que altura vai sua sensibilidade.
A história termina afirmando que toda criança é especial
O que me ficou deste texto foi a consciência do quanto eu sou presunçoso: quero fazer afirmações sobre assuntos de que não entendo e não sou capaz de, pelo menos, tentar entender a verdade que está o coração do outro, sobretudo quando esse outro é uma criança.
O que me ficou deste texto foi o fato de alguém ser mensageiro de uma verdade e não poder passá-la adiante porque ninguém a entende e nem se esforça por entender; dá de ombros e tudo fica por isso mesmo.
Isso dói!
Tiróide - Uma visão energética (Em 29/11/2007)
Do ponto de vista da energia, nosso corpo está dividido em duas partes: a parte da cabeça e a parte de tronco e membros; entre essas duas partes, está a tiróide, na garganta.
Nós, querendo ou não, bloqueamos a passagem da energia de baixo para cima e de cima para baixo.
A tiróide se assemelha a uma ampulheta; aqueles dois cilindros com um gargalo no meio; por ali passava a areia e o condenado tinha o tempo de duração de a areia passar de um cilindro para o outro; confessava ou morria.
A tiróide fica ali no meio, forçada a exercer um papel de bloqueadora das energias. Quais são as conseqüências desses bloqueios?
A pressão alta é a primeira que ocorre. Você decerto já viu uma pessoa exaltada, com raiva; esbugalha os olhos, perde a respiração, e, naquele átimo de segundo, é capaz de cometer toda espécie de desatino. Já viu? É que a tiróide foi forçada e impediu a passagem do ar; o exaltado entra em estado de inconsciência.
Se as energias de tronco e membros não circulam para a cabeça, se as energias da cabeça não descem para tronco e membros, ficamos com duas metades sem comunicação. Daí é possível imaginar os desajustes nas diversas seções do organismo.
Também a comunicação entre o espírito e a alma é interrompida, já que ela é feita por energias.
A tiróide é a porteira; se não for aberta, o gado não passa de um lado para outro; de um lado haverá excesso de leite e falta de capim; do outro nenhum leite e muito capim; nas duas situações, o desajuste.
Poema Sufi - 3/3 (Em 29/11/2007)
“Há uma Alma dentro de tua Alma. Busca essa Alma.
Há uma jóia na montanha do corpo. Busca a mina desta jóia
Oh, sufi que passa!
Busca dentro, se podes, e não fora.
No amor, não há alto nem baixo,
Má conduta nem boa.
Nem dirigente, nem seguidor, nem devoto,
Só há diferença, tolerância e entrega.”
A última parte do poema Sufi, esta obra-prima que o Rodrigo, sempre amável, me mandou.
Já sabemos que a Alma é emanada da Consciência; a Alma se avoluma e a Consciência permanece latente no interior da alma. Como a fruta: cresce e a semente permanece latente.
Por isso o místico afirma que “Há uma Alma dentro de tua Alma. Busca essa Alma”. A alma no interior é a Consciência de forma latente; busquemos essa Consciência.
“Há uma jóia na montanha de teu corpo”; essa jóia é a mente no alto da cabeça; buscar a mina dessa jóia e saber lidar com os pensamentos.
Já sabemos também que o amor só se instala no coração vazio; e o coração vazio nada quer, nada pede; não é possuidor nem possuído. A palavra “indiferença” significa desapego; o desinteresse por tudo o que passa; abdicação total.
Aniversário - 1/3 (Em 22/11/2007)
Hoje este blog completa dois anos. Reli o primeiro assunto de que tratei; afirmava que não tenho vínculo de qualquer natureza com qualquer instituição. Mantenho a afirmação.
Ao longo desses dois anos, muito tenho me referido ao Cristo que tomo como modelo de minhas idéias; não me referi jamais ao Cristo histórico. Cristo histórico é cultuado pela memória e eu tenho me manifestado contra a utilização maciça da memória, sobretudo quando o assunto se vincula à espiritualidade.
Já afirmei, nessas linhas que a memória nos torna insensíveis, donos da verdade, alienados, sem capacidade de raciocínio, apáticos, inconseqüentes, sem poder de contestação e tantas coisas assim.
Se alguém me fala sobre Napoleão, na ilha de Santa Helena, a mente vai para lá e eu passo a ver os fatos se desenrolando lá; enquanto isso, meu corpo ficou aqui, esquecido, ao desamparo sujeito aos miasmas de tantas coisas ruins que o inconsciente coletivo traz pela energia circulante; é como o do lixo descartado no espaço pelas espaçonaves: vai indiscriminadamente atraído por outros corpos.
A mente volta de Santa Helena e não traz qualquer vínculo comigo; o assunto ficou lá porque era história e a história só se fixa onde o fato se realizou.
Volto ao blog para agradecer, agradecer, agradecer as mensagens que tenho
recebido e isso me estimula na tentativa de fazer algo que sirva a alguém.
Meus textos não tratam de assuntos científicos nem históricos porque não sou cientista nem historiador; fatos científicos ou históricos são tomados quando podem servir de sustentação a um outro assunto referente à mente humana.
Meus textos não discutem religião, qualquer que seja; meus textos discutem a condição do ser humano, onde há possibilidade de nos esclarecermos.
O mais é um rosário de agradecimentos, com todas as jaculatórias possíveis e imagináveis pelo bem de meus leitores.
Poema Sufi - 2/3 (em 22/11/2007)
Continuo analisando o poema Sufi que o Rodrigo me mandou; é meditação que vale a pena.
Na realidade, tua alma e a minha alma são o mesmo.
Aparecemos e desaparecemos um com o outro.
Este é o verdadeiro significado das nossas relações.
Entre nós, já não há nem tu, nem eu.
O vale é diferente, acima das religiões e cultos.
Aqui, em silêncio, baixa a cabeça.
Funde-te na maravilha de Deus.
A consciência é universal; a alma é uma emanação da consciência; logo a alma também é universal; se é universal, todos nós temos uma alma de igual emanação da consciência.
Este é o sentido da afirmação do poeta: “tua alma e a minha alma são o mesmo.” A alma é a mesma; nós podemos tornar a alma mais atuante ou menos atuante, conforme nosso grau de meditação.
O verdadeiro significado de nossas relações é nos esclarecermos sobre esses assuntos.
Com o verso: “já não há nem tu, nem eu”, o poeta se analisa apenas em função da alma, porque, em relação ao espírito nossas diferenças podem ser significativas.
O espírito assimila todas as nossas atividades de cada instante; elas são somadas a nossos traumas psicossomáticos,e podemos perceber o quanto somos diferentes.
Adiante o poeta afirma que “O vale é diferente, acima das religiões e cultos”. Com a palavra “vale”, ele quer significar interiorização; pela interiorização, nós descemos como se desce no vale.
Nesse ambiente de meditação, “baixa a cabeça e te fundas na maravilha de Deus.
Economia de água - 3/3 (Em 22/11/2007)
Fala-se das causas do aquecimento global; o que eu tenho feito no sentido de amenizar a situação, no ambiente de minhas possibilidades? Tenho sido moderado na utilização da água no banho? Na hora de fazer a barba, eu desligo o chuveiro? E a pia da cozinha está com vazamento e vai por aí.
Alguém dirá que nós não estamos precisando fazer esse tipo de economia. Verdade. graças a Deus não o estamos; mas precisamos ser solidários com aqueles que, daqui a algum tempo, não terão água.
A solidariedade não é só com os que estão precisando; é também com os que vão precisar. As “barricadas” nas praias têm de ser feitas antes que as ondas venham; sob este aspecto, antecipar-se é chamar a si uma pequena carga para que o outro receba uma carga menor no tempo de suas privações.
Alegar que o problema não é conosco. Se somos responsáveis pelo que fazemos, somos responsáveis também pelo que, por negligência ou indiferença deixamos de fazer.
Poema Sufi - excerto 1/3 (Em 15/11/2007)
“Se pudesses libertar-te, por uma vez, de ti mesmo,
O segredo dos segredos se abriria para ti.
O rosto do desconhecido, oculto além do universo,
Aparecia no espelho de tua percepção.”
Que profundidade de versos! Sugerem procedência de alguma sociedade de alto nível emitindo normas para seus discípulos de não menos alto nível. É preciso acumular gerações e mais gerações para adquirir vivência mística de conciliar o mundo de fora com a realidade de dentro e exprimi-lo com tanta profundidade!
O Rodrigo me mandou o poema; por ser um pouco longo, vamos analisá-lo por partes.
Para alcançarmos compreender esses segredos, precisamos descer com a mente à interioridade; assim nos livramos de nós mesmos, fazendo que nosso espírito conviva com a alma.
Entendemos os segredos da alma pela prática de seus atributos: sabedoria, verdade, justiça e amor; através da alma, entenderemos o segredo da Consciência, porque a alma emana da Consciência.
Praticando os atributos da alma, podemos fazer que nosso espírito se aproxime dela;
quanto mais próximo, mais se ilumina; quanto mais se ilumina, mais lhe aparece o “rosto do desconhecido”, a luz, no interior de nossa mente.
Éden - 2/3 (Em 15/11/2007)
Mas eu acabo de dizer a você, você é que não me ouviu direito: em toda criança ainda coabitam a mente e a consciência e lhe dizia mais que este é o motivo por que ela tem insights: perguntas de entortar qualquer um.
Por isso esse menininho, apesar de seus cinco anos, virou notícia por todo o mundo: com o espírito do homem aranha, entrou na casa em chamas e salvou uma criança, sob os olhares da mãe apavorada.
A criança agiu por amor, o amor que nada pede, que nada quer, mesmo que nada essa criança saiba sobre o amor; foi tão grande o vazio do amor, que as crianças passaram pelas labaredas sem se queimar: estavam no vazio de si mesmas e no vazio, nem o fogo alcança. E a menininha de um ano e meio foi salva, apenas com arranhões leves.
Tomei este assunto porque ilustra a afirmação de que o interior de uma criança é o Éden; conforme a criança vai se desenvolvendo, alimenta desejos; é Adão saindo do paraíso. Por enquanto, essas duas estão lá ainda. Talvez pela repercussão de seu ato, o menininho comece a sair de lá...
Crônica - 3/3 (Em 15/11/2207)
Então eu ouvia sempre falar de amor, que o amor é isso, aquilo, aquilo outro e eu resolvi dar um jeito de também amar. Vou. Fui. A primeira mulher que me deu aquela olhada, eu pensei comigo é esta; ela me sorriu e eu fui em seu encalço; toda de branco; achei estranha aquela saia rodada, uma tiara na cabeça, mas a beleza... Sempre sou atraído pela beleza. Gestos de uma delicadeza ímpar. Fui. Quanto mais tentava me aproximar, mais ela estava ali adiante; miríade; eu não desistiria; afinal, eu queria apenas amar. Súbito ela parou e falava uma estranha linguagem com alguém cuja voz eu também sentia no centro de minha cabeça.
Só então percebi que a moça era uma vestal; vestal, sim. Não sabe o que é uma vestal? Moças consagradas a manter a pira sagrada no templo antigo; quando ia um consulente consultar o oráculo, este respondia numa linguagem codificada e à vestal cabia fazer a tradução para o consulente; deveria ser virgem, gozava de privilégio na cidade e sofreria sentenças de ser até enterrada viva, se roesse a corda.
Quando eu percebi que a moça era vestal, apagou-se em mim a chama de amar; acendeu-me a curiosidade de aprender. Esta mulher tem alguma coisa pra me dizer; eu teria de arrancar algum saber daquela criatura. Ela falou com suprema autoridade:
- Vocês vivem em pequenos templos e, em muitos deles, há uma moça recatada, introvertida; essa é uma vestal moderna; ela não sabe que se sacrifica por defender a família; o ambiente da casa é o templo; sobre os familiares recaem adversidades que cabem a ela interpretar, se lhe derem espaço.
Isso é sério, disse: é preciso respeitar a irmã, a filha mais voltada sobre si mesma; ela tem uma incumbência de ser guardiã da família, mesmo com sacrifício pessoal.
Disse-me ainda que essa moça, não raro, é de confiança do pai e em quem ele se apóia; se ela se desmoronar, ele se desmorona junto.
Cabe a essa filha manter acesa a chama familiar e todos precisam entender sua função de guardiã.
Dito isso, ela me lançou um doce olhar e se afastou deixando o som de uma melodia que permanece sem que eu consiga afastá-la de minhas retinas.