sábado, 1 de maio de 2010

Quando o silêncio grita - 1/3 (Em 06/12/2007)

O que deu na cabeça desses homens de deixar essa menina presa em meio a tantos criminosos? Primitivismo? Canibalismo? Será que um índio faria isso com uma indiazinha de sua tribo?

Quem assim tão sem lei!

O que desperta em nós isso? Nojo? Asco? Engulho? Mas aí eu me percebo em contradição, porque só pode ver essas chagas quem está fora delas e fora delas é a lei.

Tá bem, aceito; mas que lei? Qual foi a lei que moveu esses desventurados a decisão tão inusitada?

É possível aquilatar o nível de consciência em que anda essa gente?

Soube que a menina se queixava de enjôos; decerto engravidou nos tentáculos do polvo.

E vem a lei dizer que é proibido o aborto! Se onde residia a lei a lei foi omissa, por que se impor a lei naquilo em que a lei se omitiu?

Quero ver o Estado sustentar esse filho do sem-rosto. Sim porque o Estado aliciou uma menor para, em suas dependências, ser violentada por ratos.

Estou errado?

Por outro lado, você viu como o silêncio explode!

Essa menina, no silêncio de seu desamparo, colocou o corpinho a serviço de uma denúncia que fez eco no país e fora dele.

Essa menina despertou a consciência de muitos.

Essa menina vai permanecer no anonimato, como convém às grandes Mulheres.

Essa menina é uma das velas acesas no castiçal de Deus.


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