quinta-feira, 18 de novembro de 2010

A Memória - 1/3 (Em 24/01/2008)

Um místico apresenta uma doutrina com o objetivo de que ela alcance o coração de cada um.
Para se lidar com uma doutrina, é preciso que a memória seja utilizada junto com a inteligência; as duas: a memória vai buscar o fato histórico; a inteligência relaciona esse fato com nossa vida interior e faz a doutrina chegar ao coração do homem.
O que se tem visto e se ouve é o uso maciço da memória pura e simples; do uso maciço da memória, surge a insegurança; a idéia de que somos impotentes; só alcançamos as coisas pedindo; a memória nos leva a ficarmos esperando a salvação que virá de fora.
Pela memória, sem a inteligência, não raciocinamos; não relacionamos; a memória é autoritária; pela vivência apenas com a memória, nós nos tornamos:
                                        
                                       Donos da verdade
                                       Egoístas
                                       Insensíveis
                                       Medrosos
                                       Submissos.
                                       Mentalmente preguiçosos
                                       Somos induzidos à passividade
                                       Fazemos afirmações inconseqüentes.

Tudo isso porque a memória não entra em nós; não se relaciona com nossa interioridade.
Esse uso indiscriminado da memória passou para as Universidades, para os oradores para os conferencistas.
Alega-se que isso não é função da escola; mas é função do professor na sua condição de ser humano, ajudar seus semelhantes.
Observe o conferencista: sabe tudo, tudo, tudo, mas tudo de memória: seu saber não tem relação com a interioridade humana.
A memória fica do lado de fora, presa ao fato histórico.
Ora senhores, se Cristo veio nos trazer uma mensagem e nós ficamos com ela do lado de fora de nós mesmos, que proveito está trazendo essa mensagem?
Quando o assunto envolve a interioridade humana, a memória não pode prescindir da inteligência. Como está sendo utilizada, a memória nos leva a olhar para trás, para o fato histórico. Saímos de nós mesmos e nada trazemos de útil, porque o fato histórico não edifica a interioridade de nosso coração.
Cristo nos orienta para o caminho da própria interioridade.
A memória nos leva a olhar para fora, para trás, para o fato histórico, distanciado de nós.
A memória retém a mente de entrarmos em nós mesmos.
A memória é contrária à orientação de Cristo
A memória é o anti-cristo.
O que Cristo veio trazer-nos foi um meio de avançarmos na utilização dos 7 atributos de que dispomos. Nós ficamos emperrados no primeiro, contrariando a intenção de Cristo.

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