No fundo do rio, viviam uns arbustos agarrando-se às pedras ou fincando as raízes na terra dura, para não serem levados pela correnteza. Um arbusto jovem reclamava do absurdo de se viver assim sob ameaças; desejava soltar-se, no que era duramente reprovado pelos demais, que já se vivia assim há mais de dez mil anos.
Um dia se soltou, saiu daquele estado de preocupação e foi conduzido à flor das águas, ao tempo em que era levado pelo rio. Os debaixo atônitos gritavam entre si:
- olhem um messias; ele veio para nos salvar!
E o jovem repetia:
- eu não sou messias; eu sou apenas um que se soltou.
O texto exalta a coragem de se libertar das amarras convencionais e despertar o grupo para outra opção de vida; mas o grupo permanece acomodado, esperando que algo de fora venha trazer a cura de seus males; a acomodação é como água parada: “cria répteis”! Pela coragem é possível mostrar aos acomodados como corrigir a monotonia de viver.
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