O rei Luis XIV se ausentou da corte e o jardineiro resolveu colocar cacos de vidro num muro em frente à câmara real, de tal modo que, quando o sol declinava, uma efusão de cores incidia no interior dos aposentos do monarca. De volta, ele viu aquilo e ficou maravilhado com a engenhosidade; mandou chamar o jardineiro.
- ficas nomeado marquês, disse o rei.
- majestade, permita-me não aceitar tão honrosa deferência.
- o quê! tu rejeitas uma nomeação de teu rei!
- majestade, eu como marquês seria o último dos marqueses; como jardineiro, sou o primeiro de seu reino.
A verdade se situa na consciência de que não devemos dar o passo maior do que a perna; decerto não passou despercebida ao rei essa investida que o jardineiro deu para a moderação: ele soube onde se situavam as próprias limitações; ali estava sua verdade.
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