Uma ilustração de como a memória alimenta nosso inconsciente coletivo é a historinha a seguir: Cristo resolveu descer à terra; optou pela condição de médico; viu uma fila enorme, doentes de toda espécie; entrou na sala onde apenas um médico atendia com aspecto de cansado.
- vai descansar; deixa que eu prossigo.
O médico saiu e o Cristo chamou o próximo da fila; entrou um sujeito com as pernas atrofiadas, empurrando a própria cadeira. E disse o Cristo:
- levanta, pega tua cadeira e vai para tua casa.
O homem se levantou e ia saindo quando os da fila lhe perguntaram:
- como é esse novo médico?
Ao que o outro respondeu:
- igualzinho aos outros; nem se levantou pra me examinar.
Preso à memória de atendimentos anteriores, ele nem se percebeu curado. A memória é isso: ficamos presos ao passado e nos embotamos de perceber o quanto as coisas mudam e nós permanecemos num tempo que já não existe.
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