Poesia são fluxos sensíveis que o poeta extrai de si mesmo e os transforma em mensagens expressas por uma linguagem artística com poder de sintonia com o leitor. É a mais completa das manifestações literárias, porque procede de estados profundos da psique.
Além do inconsciente, os fluxos dormitam em uma espécie de berço no mais profundo de nós mesmos; o poeta desce a esses recantos de si, com o objetivo de alcançar certas gavetas; ali onde estão os conteúdos de que precisa para sua expressão artística. Dali ele os retira e se retira em silêncio; já do lado de fora, busca a palavra com que exprimir a sensibilidade que traz de seus páramos.
Como manifestação de arte, a poesia desperta identidade no leitor por ser procedente de um mundo comum, terra de todos e freqüência de poucos.
A poesia agrada sempre sob dois aspectos:
- o leitor se identifica com a mensagem
- o encadeamento é decorrente da harmonia com que o poeta engloba as cores de seus versos.
A interioridade humana é como um salão onde tudo existe para todos, mas a descida do poeta a essas regiões é feita com um objetivo claro: buscar o encontro com valores de exprimir seus estados de alma.
Sem interiorização, a poesia se torna endurecida, racional, lógica, perde em encadeamento sonoro; perde pela ausência de manifestação sensível que denuncia a força interior do poeta.
A poesia é também produto de bom gosto pela utilização das figuras bem urdidas, pela disposição das palavras, pelas licenças poéticas, sem direito de escapar das leis que a regem.
Tudo isso são contributos de fazer pairar acima de nós uma aura de mistério que nutre a poesia com o sentido da vida e onde cada um vai buscar uma identidade com seus ideais profundos que povoam nossas aspirações sutis.
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