A fé é resultado final de uma seqüência que começa por um saber fermentado dentro de nós; da fermentação do saber, nasce a intuição; a intuição impulsiona a fé na direção de um objetivo.
Os romeiros saem de seus recantos e se dirigem a confins distantes visando a prestar louvor a seu santo de afinidade. Desde tenra idade, foi-lhes inculcado um saber; esse saber vem sendo vivenciado ao longo do tempo e agora se manifesta pela intuição que põe a fé em andamento de romaria.
O automobilista primeiro tem aulas de corrida, aprende; percorre uma longa convivência com a velocidade; automatiza os gestos; tal é a convivência que o saber amadurece, sazona; então ele se percebe cometendo as maiores proezas ao volante; é a intuição; a fé se manifesta quando ele estabelece meta: alcançar o pódio; ser o primeiro.
A teoria amadureceu dentro dele; suas manobras são de pura intuição na urgência do segundo.
Não confundir fé com coragem; a coragem se expressa pelo arrojo; a fé direciona o arrojo.
Saint Exupéry nos conta que seu avião caiu sobre a neve nos Alpes; ele andou três dias sem rumo; se sentasse para descansar, ficaria ali congelado; nesse tempo, todo tempo, ele conversava com o coração com palavras incisivas de coragem e fé de que encontrariam uma saída. Saiu.
Qual foi o processo? Sabedor do potencial do coração, a intuição dirigiu o procedimento de incentivo; a fé se situou na meta: sair dali, apoiado na resistência do coração. A fé é um impulso da intuição que nos conduz a um objetivo.
As asas da internet são um eficiente meio de oferecer conscientização sobre as mais variadas tendências. Elas parecem suprir, com pequenas histórias, aquilo que os pedagogos não conseguiram alcançar com sua lógica.
Lemos na internet sobre aquele turista; ele vê a cela vazia; o monge em meditação.
- onde estão teus móveis?
Pergunta.
- onde estão os teus?
Pergunta o monge
- eu estou aqui apenas de passagem!
- eu também.
O turista sabe apenas que em uma cela deve haver móveis; o monge se interiorizou e se pôs à prática do conhecimento de si mesmo; intuiu sobre a inutilidade dos móveis; a fé o põe a meditar sobre um ideal mais alto.
Os primeiros cristãos se revestiam de coragem pelo conhecimento que tinham de Cristo; intuíam que a causa de cada um estava no seguir o Cristo; uma vida além desta era a meta; a fé os empurrava sobre os obstáculos
Decorre então uma necessidade de conhecimento sobre nós mesmos; um conhecimento que chegue a sazonar; daí a intuição empurre a fé rumo à felicidade.
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