segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Natureza ( Em 02/02/2007)

Gosto desses lances de inteligência; quando os homens se utilizam da inteligência em defesa de uma causa, por mais simples que seja; gosto da piada inteligente, da resposta inteligente, da tradução inteligente.

Inteligir é interligar, relacionar, interpretar. Um ato é inteligente quando estabelece relações entre dois ou mais fatos.

Pois é; o cervo estava preso no gelo quebradiço; impossível levar socorro ao impedido. O que fizeram os homens? Simples: aproximaram o helicóptero; a força do vento fez o bichinho se desalojar do gelo; de tanto patinar por andar, deitou e ali morreria congelado; mais num vôo rasante, a força do vento fez o animal deslizar até terra firme.

Por aqui se percebe a importância do casamento da memória com a inteligência; no mínimo a memória fez os homens se lembrarem da força do vento; o resto foi com a inteligência; e desse ajuntamento resultou que se salvasse uma vida.

Enquanto alguns se esforçam por uma, por que tantos por destruí-la em massa? Haverá, nos quatro cantos do mundo, região em que não se esteja agora atentando contra ela? Esse afã de atentar contra a vida faz parte de um diabólico jogo de opostos: o resultado serão outras tsunamis atômicas, climáticas ou de terremotos que o peso das ações contra a vida é muito mais daninho do que o salvamento de um cervo.

E se dirá que Deus perdeu a paciência, quando as coisas despencarem; não se pensará que foi por de causa e efeito; Deus apenas observa; não pode interferir na mente; por isso, dotou o ser humano de atributos que dessem destino à própria vida.

O escorpião queria fazer a travessia por águas turbulentas; pediu carona à tartaruga.

- não. Você me picaria no percurso.

- como eu faria isso, se nós dois morreríamos!

- ta bem. Sobe.

- no auge do percurso, a ferroada fatal.

A tartaruga ainda teve tempo de perguntar:

- por que fizeste isso? Não sabias que morreríamos?

- é de minha natureza; eu não posso mudar minha natureza.

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