Radicalizar que só existe UM é nos excluir, tirar de nós o incentivo do esforço pessoal em direção a planos mais altos. O UM só adquire sentido em função de nós; e nós não somos o UM; nós temos potencialidades de nos direcionarmos para a unidade, mas essa unidade é trina.
Na manjedoura, os contrários se conciliaram e a luz se fez. Uma luz tão forte que perdura sempre como norte de um destino que temos de alcançar com nosso par de opostos: espírito e alma. Temos de encetar a viagem, orientados pela estrela de nossa intenção rumo à manjedoura situada no coração; ainda estão ali os animais, símbolos de nossos traumas.
É esperar a Luz; a estrela os afugentará todos.
Em nossa viagem outros Herodes aparecerão: os Herodes do consumismo, do oportunismo, até alcançarmos o lugar onde a estrela se detenha.
Ali está a Criança que dormita, apesar de tanto barulho.
A Mãe é a Consciência absoluta; a criança está imbuída também de inteligência; será intermediária no aprendizado que teremos de fazer no sentido de corrigirmos a posição contrária que nosso espírito assumiu: voltado para fora, ele deve corrigir a posição de retornar ao lugar de onde saiu desde o Éden. Só então seremos Um na luz que se fizer desses opostos.
Existe até um aforismo sobre o assunto: “quem tem dois, tem um; quem tem um, não tem nenhum”. Perfeito. Podemos conciliar um par de opostos em um; mas quem tem um só, não tem o que conciliar. O espírito humano é apenas um: o lado de fora; com o lado de fora apenas, o espírito humano nada pode fazer; se ele optar pelos dois, então os dois poderão ser o um pela conciliação.
Se quisermos presentear a Criança nascente, desçamos com a mente ao coração; então seremos magos e, distanciados dos Herodes de tantas faces, seguiremos por outro caminho: o caminho de nossa interioridade.
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