O professor bateu com o giz na lousa e perguntou aos menininhos
- o que é isso?
- um cigarro aceso à noite, uma estrela, um navio a distância, um vaga-lume, um cometa,um poste visto de cima.
Entusiasmado com o resultado, o professor fez a mesma experiência no terceiro colegial:
- o que é isso?
- são as fuligens do giz que você bateu na lousa.
- nossa! Os alunos do terceiro tinham perdido a criatividade!
- o contato com as ciências exatas os pôs de olhar apenas para fora de si mesmos;
- na resposta deles, não faltou motivo e conseqüência: bateu na lousa, ficou a marca do giz.
- balanças de um só prato.
- se no terceiro, eles já estão assim, que dizer dos intelectuais?
- assim, a cultura atua como um trauma.
- como assim ?
- a cultura tem origem no mundo do movimento; quando entra em nós, aí é o repouso; ela precisa ser liberada, passada adiante; não o sendo, o movimento de que é portadora passa a atuar na área do repouso, criando sérios conflitos.
- verdade. O ser humano é o agente da cultura; toda cultura tem de se relacionar com seu agente.
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