A professora passou tarefa para pesquisa sobre as sete maravilhas do mundo. No dia aprazado, sete grupos afinados nas exposições, fotos, cartazes: as pirâmides, a muralha, o canaltudo certinho, tudo recheado de história e memória.
Lá no fundo, a Ana Luisa, entre duas olheiras, esbanjava sensibilidade; uma corda de violino naquela confusão loquaz.
- E você Ana, não fez o trabalho!
- Fiz professora, mas acho que...
- ...deixe-me ver.
O caderno. Oito folhas de letra bem cuidada, requintes de ilustração: a professora folheou as páginas, sintonizou aquela sensibilidade exposta e leu para a classe: “as sete maravilhas do mundo são:”
ver – ouvir – sentir – provar – tocar – rir – amar.
A sala se pôs num silêncio grosso.
A menina estabeleceu uma progressão de fora para dentro:
1 - os órgãos dos sentidos, exteriores, de aplicação no mundo;
2 – o rir, é já uma expressão de dentro para fora;
3 – o amar que se realiza nos espíritos de estreita relação com a própria alma.
Os espíritos daqueles grupos se ativeram aos atributos exteriores: os sentidos e a
memória; tudo cópia; nada expuseram de si mesmos.
A Ana passou pelos sentidos e avançou para dentro de si mesma; um espírito versado no roteiro que devemos encetar, rumo ao mundo do coração, onde se encontram todas as maravilhas
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