“A mulher foi criada por causa do homem e não o homem por causa da mulher” (1). Entendamos: a mulher foi criada pela causa do homem, para defender a causa do homem e não o homem para defender a causa da mulher; por isso ela foi incumbida de “esmagar a cabeça da serpente”. (2)
Eva passou para a história como a sedutora, Adão, a vítima; a história quer nos incutir a idéia de que Maria Madalena era pecadora; não podia ficar entre os apóstolos.
Essas afirmações são falsas.
Eva estaria cumprindo o papel a que foi designada se tivesse seduzido Adão; o papel que Eva deveria desempenhar era o de gerar, dar à luz (2)
Maria Madalena era pecadora, mas o Cristo expulsou dela sete demônios (3). Então ou ela ficou limpa ou não ficou limpa; se não ficou limpa, o texto de Marcos não é verdadeiro! Como se explica que se tornou guardiã, confidente do Cristo? Se ficou limpa, por que se lhe conserva ainda a pecha de pecadora?
A causa é outra: os apóstolos não suportaram a idéia de serem orientados, conduzidos espiritualmente por uma mulher, de quem tinham tido ciúmes; ignoravam que o homem sempre será orientado por uma mulher.
Maria Madalena na condição de pecadora, não teria afinidades com o Cristo para expor a própria vida, permanecendo ao pé da cruz; Maria Madalena pecadora não poderia ter sido a primeira a ver o Cristo após a ressurreição. (4)
Maria Madalena era mística; faltam à história parâmetros para uma análise mística; a história permanece na periferia; até hoje Maria Madalena continua apóstola de Cristo: agora ela se serve para demonstrar o quanto os homens se apegam à história, vivendo num passado distante da própria realidade.
Maria Madalena foi reprimida porque estava acima do ambiente que tentou freqüentar e, embora fosse daquele grupo, “os seus não a receberam”.
(1) 1Cor 11,9 - (2) Gn 3,15-16 – (3) - Mc 16,9 – (4) – Lc 16,9
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