“Quem mandou fazer a bíblia? Onde está a autorização de Deus?”
São duas perguntas, a segunda responde a primeira: se existe uma “autorização de Deus”, é porque Deus autorizou, então foi Deus que mandou fazer a bíblia; essa dedução, no entanto, é falsa: ninguém mandou fazer a bíblia. Homens que intuitivamente esvaziaram o próprio coração, entraram em sintonia com os planos superiores e sentiram a necessidade de exteriorizar o que se passava dentro deles.
É voz corrente que nós temos dentro de nós as leis, o saber, a luz, a verdade e outros, que são atributos da alma; quanto mais nos esvaziamos de nosso eu e de nosso meu, quanto mais intenso for nosso silêncio interior, mais esses atributos são liberados pela alma, para que o homem os exprima por visões, ou por uma intuição aguda.
Os textos bíblicos foram escritos por homens que libertaram a própria alma e alcançaram um estado avançado de consciência.
Os textos bíblicos são o produto do esforço humano, no tirar de si todos os resquícios psicossomáticos, para que a verdade fluísse livremente.
Deus orientou os passos do homem pelos caminhos do mundo; jamais Deus entrou no homem que não fosse como resposta ao esforço do homem; os textos bíblicos são resultados de vivência interior, por isso nos identificamos com as realidades de que tratam.
A vivência interior não pertence a um tempo, a um lugar; a vivência interior é condição humana; é condição humana exprimir a verdade quando borbota de um coração esvaziado.
Os textos bíblicos são reflexos das luzes de que os diversos autores estavam imbuídos e se dispuseram a preparar a mente dos homens para o que haveria de vir, numa dimensão muito mais avançada rumo ao coração humano; num coração vazio é possível encontrar a autorização que Deus deu ao homem pelo sopro.
Se por um homem entrou o pecado no mundo, pelo homem individual teria de vir a redenção; os textos bíblicos refletem a busca inconsciente dessa redenção que seus autores já pressentiam anunciada pelo Cristo
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