"Deus queria falar comigo
Não Lhe dei ouvidos
Quem sou eu prá falar com Deus?
Ele que cuide de seus assuntos
Que eu cuido dos meus!"
Leminsk
Olha só! O Rodrigo me deu o prazer de me mandar essa jóia e me questiona sobre o silêncio do coração: “Se o silêncio no coração é o caminho para falarmos com o nosso Deus, Leminsk era um sujeito dos mais barulhentos... é o seu oposto amigo, seu oposto!” Lindo, lindo Rodrigo. Muito obrigado.
O texto é paradoxal porque se apresenta pelo lado “barulhento”, mas o autor, embora se imagine escondido, não consegue reter sua sensibilidade.
Leminsk está dando ênfase ao silêncio: quando afirma que não deu ouvidos a Deus, está preservando sua audição; quer silêncio, nada de barulho.
Depois querer o silêncio, agora ele se interioriza com humildade: “quem sou eu pra falar com Deus”? Se Deus o tivesse escolhido, era encarar; não havia o que rejeitar.
Leminsk sabe que os “assuntos” de Deus são os homens; os homens em sua interioridade.
Perceba-se que o autor nivela a palavra “assuntos”, tanto os de Deus, como os “meus”, os dele.
Os assuntos de Deus são os homens, o Leminsk é homem; os assuntos de Leminsk são os assuntos de Deus.
Dessa coincidência no trato de assuntos, resulta que os dois vão se encontrar porque estão voltados para um objetivo comum.
O lugar de encontro só pode ser no coração.
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