segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Verdade I (Em 31/03/2007)

O que é a verdade? Essa pergunta Pilatos fez e Cristo não respondeu; sabia mais que responder; sabia ainda que o outro não ia entender; e por que não ia entender? Exatamente porque a verdade é patrimônio de um conjunto de habitantes que freqüentam a própria interioridade.

Se ainda hoje temos dificuldade em entendermos esses assuntos de dentro, imagine-se como seriam embotados os de dois mil anos atrás!

A verdade é um dos quatro atributos da alma: sabedoria, verdade, justiça e amor; os três outros são aplicáveis de pessoa para pessoa, uma ou mais; no entanto, a verdade é individual, pessoal.

Verdade é o perfeito ajustamento entre o que eu penso e o que eu digo.

Quando queremos nos exprimir, primeiro nos auscultamos, depois falamos. O processo é muito rápido e não nos percebemos interiorizando-nos, à busca de ajustar o que queremos dizer à verdade de dentro. A verdade está em nosso íntimo como a raiz de uma planta; ela, a verdade, no entanto, se serve a exprimir-se de acordo com a formação de cada pessoa porque, apesar de ser única, ajusta-se à visão, à formação com que cada um enxerga uma realidade.

Um corpo que cai é um fato e cada um analisa a queda conforme sua verdade: um calcula a velocidade, outro a atração da terra, o outro, o impacto, outro causas sociais, econômica e tantas outras; o último recomenda o corpo ao descanso eterno e cada um se ateve a sua verdade.

Se a verdade é o perfeito ajustamento entre o que eu penso e o que eu digo, eu não digo a verdade quando sonego o saber a alguém; sonegar o saber a alguém é impedir que o espírito do outro se desenvolva, de tal modo que, quando eu sonego um saber, eu me torno responsável pela inconsciência dele.

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