“A organização não pode vir da inércia” - Plotino
Plotino viveu duzentos anos depois de Cristo e é um filósofo de extrema influência em todo o pensamento ocidental. Olhe o que esse homem diz: “a organização não pode vir da inércia”. Meu Deus, o que é isso! Como pode um homem de tão longe tempo fazer afirmação assim tão de nosso tempo! Sabe por quê? Porque o ser humano, em sua interioridade, é sempre o mesmo. Plotino sabe disso e fala com fundamento em sua profunda intuição.
Percebem-se, no texto duas palavras-chave: organização e inércia. Percebamos como estas duas palavras têm sustentação.
Por organização, entendemos todas aquelas coisas que estão sujeitas ao movimento; a inércia acontece no repouso; o que está em repouso; ora, nós sabemos que a Consciência está em repouso e que a mente está em movimento.
Entendemos assim: a Consciência não pode gerar a organização porque está
A organização só se verifica entre coisas que estão no movimento.
Onde Plotino foi buscar essa idéia, eu não sei; sei que sua afirmação vai se abrindo como um leque de diversas hastes, porque, por emanação da Consciência, temos a alma e por extensão do Filho, temos o espírito e outra vez Plotino nos avisa que a organização não pode ser feita pela alma, porque a alma está em repouso; quem precisa se organizar é o espírito. E eis aqui Plotino nos advertindo mais uma vez: não espere que sua alma venha organizar sua vida; isso é tarefa do espírito; como cada um de nós direciona o próprio espírito, é tarefa de cada um de nós promovermos a organização da própria vida para que o espírito se direcione pela intenção de nosso esforço.
Percebamos ainda que a afirmação de Plotino é em tom de advertência, como se quisesse nos dizer que é dever nosso sabermos essas coisas e não querermos inverter o processo de ficarmos esperando que venha por exemplo, um redentor nos salvar; estamos no mundo do movimento e o Salvador em repouso; a organização tem de começar daqui para lá, e não de lá para cá.
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