quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Por que não falamos de Inferno 2/3 (Em 06/04/2007)

Creio que é simples entendermos isso: se deste lado em que vivemos é o movimento, por oposição, do lado de lá é o repouso; repouso é ausência de pensamento; do lado de lá não se pensa; do lado de lá é intuição, tudo flutua, desliza; não há referencial em que se apegar.

O espírito que leva daqui a prática da interiorização, da interioridade, está na própria casa: é só dar continuidade ao que vinha fazendo aqui.

A quem viveu com a mente apegada a elementos concretos, pelos órgãos dos sentidos, do lado de lá, não existem os órgãos dos sentidos; o espírito não tem a que se apegar, fica sem referencial; esse está no inferno; o lado de lá, para ele é a continuação do inferno que vivia aqui; ele está como um estrangeiro em terra alheia: desconhece a língua, as pessoas, os costumes, onde dormir, o que comer. Daí o desespero de muitos espíritos de voltarem, de se encostarem.

Ficou claro pra você o que é o inferno? O inferno está no ser humano, tão latente quanto os atributos de sabedoria, verdade, justiça e amor e seus derivados; o inferno pode ser desenvolvido em nós, como desenvolvemos o amor, a justiça e outros. É opção de cada um; já se percebe que cada um individualmente pode construir o próprio céu ou inferno, na medida da boa ou má utilização da mente.

Para o espírito que sai deste plano levando o inferno como enxoval, há outros entraves: o espírito passa pela desolação no plano de lá, toma conhecimento de tudo o que poderia ter feito; quando volta a se encostar, sabe lá quanto tempo depois, ele se esquece de tudo o que trazia como proposta de reforma pessoal; terá de começar do nada, sem perder o débito que se acumulou numa espécie de “inconsciente”, um débito da vida anterior: o inferno é isso.

Conforme o meio em que alguns espíritos se encostam, afluem, desse “inconsciente”, manifestações sensíveis latentes e o talento pode explodir, sobretudo na arte.

Nenhum comentário: