sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Carta 2/3 (Em 23/08/2007)

Havia um aquário e dentro do aquário, havia peixes grandes e pequenos; uns pequenitos de tão pequenos. Quando o dono do aquário vinha com a comida, os peixes grandes abriam a bocarra e sobrava apenas as migalhas para os peixes menores.

De tanto passar por ali, um peixinho se deu de observar a entrada de oxigênio e resolveu passar para o outro lado; a princípio, tinha de enfrentar a pressão do oxigênio que vinha em direção contrária; assim foi até que entrou em algo escuro, turbulento; a água do cano; ele a venceu; súbito a grande mudança; onde estava agora era tudo claro, céu azul, muito sol, muita comida e ele se percebeu conduzido pelas correntezas; o rio o conduzia ao mar. Entrou no mar e viu aquela imensidão azul, comida farta, muitas e muitas espécies de peixes. Resolveu voltar para avisar aos outros que existe uma outra realidade fora do aquário.

Encetou a viagem de volta, agora contra a correnteza do rio, entrou no cano de água, passou pelo oxigênio e deu o aviso – existe uma outra realidade fora daqui; são lugares de beleza tanta, liberdade plena e um sol que nos alumia para o alimento; vale a pena o sacrifício de promover a viagem. Os peixes menores:

- então avise aos de lá de cima e nós fugimos todos.

Falou todo tímido aos grandões

- como se faz pra sair daqui?

- é só passar por este buraco aqui.

Os grandões punham ali a cabeçorra.

- impossível passar por aqui.

Mataram o peixinho...

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