Todos os dias passava por ali o publicitário e colocava uma moeda na cuia do cego; certa vez, resolveu trocar a frase; de volta do trabalho, perguntou ao cego:
- como foi o dia?
- ótimo! Eu não sei o que o senhor fez que tudo mudou de repente e foi além do que eu preciso.
O publicitário tinha apenas escrito: logo, logo será a primavera e eu não poderei vê-la.
O texto em si é até pleonástico: se é cego, é natural que não veja a primavera. No entanto, a força da intenção foi captada pelos transeuntes e motivou ao cego recolher donativos além de suas carências. Isso é Semântica: uma sabedoria interior.
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