Perpetuam assim a imaginação de um escritor chamado João, que nada tem a ver com o Discípulo João Evangelista. O livro foi preservado porque mantém sempre essa aura de medo do diabo e essa esperança da vinda de Cristo para redimir os povos.
Sinceramente você acha que os povos estão em condição de serem redimidos a granel? Seria uma bruta de uma injustiça contra aqueles que deram a vida por serem fiéis à doutrina, jogados aos leões, queimados em fogueiras ou no interior de um claustro, passando pelas piores humilhações e rebaixamento.
Nós vemos os santos e imaginamos que aquela vida foi sempre revestida de uma aura que se impunha aos circunstantes; nada disso! O santo foi submetido, no ambiente em que vivia, a toda espécie de superação física até se interiorizar. A esse o Cristo veio, mas veio pelo lado de dentro.
O que existe por trás dessa história de redenção coletiva é a consciência de uma acomodação da qual não temos disposição para sair, pelo enfrentamento das situações de nossos traumas internos e ficamos esperando que o salvador venha se meter nessa impureza toda.
Esse Cristo que muitos esperam vir do alto, e se fazem desenhos de grande beleza para incutir na mente do povo, esse Cristo não virá.
O Cristo que virá e está vindo é o Cristo interior, de cada pessoa; essa luta contra o diabo é dentro de cada pessoa, porque nós temos em potencial o bem e o mal.
Páscoa é passagem; Cristo passou do lado de fora para o lado de dentro de cada um de nós e nós continuamos vendo o Cristo pelo lado de fora... Cristo está em nós, não está no mundo; no mundo está a Consciência; nós temos de nos fixar nisso; no mundo está a Consciência; Cristo não pode estar num lugar que já está ocupado; Cristo está num lugar vazio; esse vazio está dentro de nós.
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