Grandes mormaços, trovões, e relâmpagos, foguetório; é a reforma da Educação. Fala-se em bilhões e salas de aula modernizadas, computadores e Internet, professores motivados. Aceitemos que tudo isso seja concretizado; mas como estão os professores, sobretudo os universitários, os que formam professores secundários? Como estão?
Assistindo a um Curso de Literatura Grega, os melhores professores, homens de comprovada ciência e doutos
O que me causa certa dor é o método com que eles dão aula: um método sem método; os professores-alunos saem da aula sem nenhum subsídio didático que a convivência com esses homens de tanta cultura possa lhes oferecer e de que se utilizem em suas aulas de periferia.
Dou um exemplo: entramos em sala de aula já com um texto sobre o qual o professor vai dar a aula; ele fala durante 90 minutos sobre assuntos do texto e a meia hora final, ele simplesmente lê o texto que está conosco; não se demora em apontar, no texto, a trajetória que percorreu em sua fala; simplesmente lê o texto e a aula se encerra. Acredite se quiser.
A tal aula ficou restrita à memória; aqui moram os dois grandes problemas em Educação:
a – utilização abusiva da memória, sem esquema de apresentação, sem qualquer vínculo
entre quem quer ensinar e quem quer aprender; o aluno-professor que veio ali buscar
subsídios com que ilustrar sua aula, sai de lá com mãos vazias.
b – a falta de um método próprio que se traz já dos primeiros tempos de sala de aula e se
sedimenta com a prática. Se esses professores que formam professores, não sabem
essas coisas, o que se esperar do ensino que se quer reformar?
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