Você decerto já leu biografias deste ou daquele grande exponencial nas artes, na mística, na ciência; todos profundamente atormentados por algo que não conseguiam identificar. Faltou a eles o isolamento em si mesmos, a meditação; o encontro da mente com a consciência.
Os místicos fazem meditação, mas sua meditação é feita em função de um Deus fora de nós; eles olham para fora ou estando com os olhos fechados, visualizam sua entidade fora, num plano superior. Desesperam-se; Deus não está ali.
É o que aconteceu, por exemplo, com a Madre Tereza de Calcutá; todos a têm como santa; mas está saindo um artigo sobre as dúvidas dela com relação à existência de Deus; isso não diminui a importância de sua mística; o que faltou foi o direcionamento do foco; também São João da Cruz tinha essas dúvidas que as nomeava por “noite escura”.
Nós temos a consciência e a mente uma em cada extremo; entre as duas existe o inconsciente; no inconsciente estão acumulados todos os nossos traumas psicossomáticos, assimilados ao longo da idade ou antes dela.
A “noite escura” se dá quando a mente contempla seu Deus situado do lado de fora; a mente quer se interiorizar; não consegue passar pelo inconsciente; a mente não percebe a consciência em repouso além do inconsciente, porque seu referencial está do lado de fora.
Você percebe a importância de se concentrar no coração: você dá um drible nesses vendilhões instalados no inconsciente e que Cristo expulsa de sua interioridade.
Você vê no cinema o Cristo expulsando os vendedores, derrubando mesas, soltando aves, gritando que a “casa do Pai é casa de oração e eles fizeram dela um covil de ladrões” e você pensa: que Cristo irado, que coisa violenta!. Nada disso; aquilo é a demonstração de como você deve expulsar os vendilhões de seu coração; eles têm medo do silêncio e fogem.
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