Até que não; não muito fácil é encontrar um assunto com que se esteja afim. Abre-se um jornal e as notícias jorram, porém não se desamarram da política, dos conflitos que estão em constante erupção; lavas que se espalham pelos cantos de onde quer que seja. Por isso me apego à condição humana e me deparo com o homem de aparência gentil e de comportamento vil, perdido nos becos da solidão. Este ainda tem um longo percurso até que desperte a consciência.
Não basta ser informado de algo errado que pratica; é preciso que a informação fermente por tempo até que desperte a consciência. Normalmente essa informação quando fermentada, explode num momento de dor, de opressão, de perda irreparável para que o depositário tome consciência de seus caminhos e descaminhos.
Muitos homens e mulheres cultos vivem da informação e estão seguros de que com ela, tudo se resolve; vem o imprevisto e toda aquela formação lógica, bem estruturada é questionada pelo próprio interior: de que valeu meu saber tanto, se eu não encontro quem me resolva esse impasse?
Após a queda do muro de Berlim, o Gorbachov assumiu o poder e perguntou: como pode ser, eu governo um país que é capaz de mandar um satélite para o espaço e não sabe fazer uma panela de pressão?
Não sabia. Tanta ciência e pouca consciência; não se deu sentido ao humano; o país avançou em tecnologia de ponta e envelheceu na raiz de seu povo.
Não é só na Rússia, por toda parte, os opostos estão
Qual a contribuição didática que os Catedráticos Universitários estão fornecendo de subsídios a seus graduandos que apliquem no colegial? Ah! Não é obrigação deles! Retêm a didática sem passá-la aos outros! Cada um se fecha em si com a didática que aprendeu?
Assim se forma um ensino egoísta, que não avança; os catedráticos freqüentam aulas no exterior e se omitem de passar suas observações didáticas aos professores do colegial! O novato terá sempre de ir buscar nos livros de pedagogia, escritos inclusive por pessoas sem experiência madura no colegial!
Essas pessoas que retêm o saber, não têm felicidade; são enjambradas, perseguidas por algo que lhes fala como trauma; elas não sabem que isso é decorrência de reterem um saber com que o outro pode despertar a própria consciência e a de muitos; o conflito não é pelo fato de elas não saberem, é pela negligência de entregarem cada um a sua sorte, quando a solução está nelas.
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