quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Escrever é um ato sacrificante? 1/2 (Em 15/06/2007)

Até que não; não muito fácil é encontrar um assunto com que se esteja afim. Abre-se um jornal e as notícias jorram, porém não se desamarram da política, dos conflitos que estão em constante erupção; lavas que se espalham pelos cantos de onde quer que seja. Por isso me apego à condição humana e me deparo com o homem de aparência gentil e de comportamento vil, perdido nos becos da solidão. Este ainda tem um longo percurso até que desperte a consciência.

Não basta ser informado de algo errado que pratica; é preciso que a informação fermente por tempo até que desperte a consciência. Normalmente essa informação quando fermentada, explode num momento de dor, de opressão, de perda irreparável para que o depositário tome consciência de seus caminhos e descaminhos.

Muitos homens e mulheres cultos vivem da informação e estão seguros de que com ela, tudo se resolve; vem o imprevisto e toda aquela formação lógica, bem estruturada é questionada pelo próprio interior: de que valeu meu saber tanto, se eu não encontro quem me resolva esse impasse?

Após a queda do muro de Berlim, o Gorbachov assumiu o poder e perguntou: como pode ser, eu governo um país que é capaz de mandar um satélite para o espaço e não sabe fazer uma panela de pressão?

Não sabia. Tanta ciência e pouca consciência; não se deu sentido ao humano; o país avançou em tecnologia de ponta e envelheceu na raiz de seu povo.

Não é só na Rússia, por toda parte, os opostos estão em desequilíbrio. Que dizer de aqui entre nós? Da política nem se fale! Da distribuição de renda, então... Até mesmo na educação, eu gostaria de fazer uma pergunta, uma só:

Qual a contribuição didática que os Catedráticos Universitários estão fornecendo de subsídios a seus graduandos que apliquem no colegial? Ah! Não é obrigação deles! Retêm a didática sem passá-la aos outros! Cada um se fecha em si com a didática que aprendeu?

Assim se forma um ensino egoísta, que não avança; os catedráticos freqüentam aulas no exterior e se omitem de passar suas observações didáticas aos professores do colegial! O novato terá sempre de ir buscar nos livros de pedagogia, escritos inclusive por pessoas sem experiência madura no colegial!

Essas pessoas que retêm o saber, não têm felicidade; são enjambradas, perseguidas por algo que lhes fala como trauma; elas não sabem que isso é decorrência de reterem um saber com que o outro pode despertar a própria consciência e a de muitos; o conflito não é pelo fato de elas não saberem, é pela negligência de entregarem cada um a sua sorte, quando a solução está nelas.

Nenhum comentário: