Na comparação Platão – Aristóteles, talvez o único ponto
Platão desenvolve sua obra a nível de consciência; Aristóteles se mantém no nível da mente, com apenas os atributos de: memória, razão e inteligência.
As telas de Rafael querem exatamente enfocar esse aspecto de oposição entre o pensamento dos dois eminentes filósofos. Alguém poderia aventurar-se em afirmar que, quem sabe, Rafael tencionou conciliá-los na serenidade de sua obra; é possível.
Da análise dessas telas foi possível observarem-se dois aspectos não menos intencionais: uma preocupação com os olhos, não sei se é do tempo de Rafael o dito segundo o qual “os olhos são a janela da alma”; nisso os olhos seriam uma referência sutil a Platão que tanto estudou e desenvolveu o tema da alma; por outro lado, as linhas retas e simétricas estariam na linha da geometria, do raciocínio, apropriado a Aristóteles
Há, em Rafael, ainda dois tipos de fundo: ora um céu azul ora o escuro; é possível ver, nesse jogo Platão trabalhando sua obra no nível de planos superiores da metafísica, enquanto Aristóteles permanece nessa se fazer perguntas sobre a existência do homem, do cosmos.
É bem provável que Alice do País das Maravilhas tenha se baseado em Aristóteles: “moço, por favor o que eu faço para sair daqui”?
O mal é que tantos séculos se passaram e nós continuamos fazendo perguntas, presos apenas ao fato concreto.
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