Ainda a Ana, desta vez foi demais! No intervalo do trabalho, ela veio de táxi me trazer um DVD das Celtic Woman; é o segundo dessas moças brilhantes.
Já me referi a elas e suas extraordinárias qualidades. Escrevi sobre elas, poemas e insights que o tempo talvez revele.
Se na gravação primeira foi o singelo, nesta segunda gravação é o pomposo sem que se perca aquela gama de verdadeira devoção à arte, ao bem feito, ao nobre. Como me ensinam essas moças!
Fala-se tanto em desordens no mundo, tráfico, bombas e seqüestros e não se dá realce a que ainda há pessoas tratando com tanta seriedade dos bens da arte; da arte no que há mais refinado.
Agora às quatro moças, juntou-se uma quinta; uma gracinha de moça; a voz é de uma pureza que dói.
É interessante que ela chama a atenção por um pormenor de extraordinária particularidade: ela chama a atenção pela pronúncia das vogais; o texto é em italiano barroco; mesmo sem entendê-lo, chama-nos a atenção a pronúncia das vogais com som amplo, mais cheio, firme, mais claro. Resultado de rigores que teve de superar nas academias de música que, com certeza freqüentou. É um pormenor que as outras não demonstram ter tão definido.
Ouça-se por exemplo: “Lascia Ch’io Pianga”; percebi pelo estilo que é de Handell; confirmei depois em pesquisa que fiz para entrar mais no universo dessa canção; preste-se atenção na pronúncia das palavras; beleza pura!
Na gravação, há uma violinista que toca correndo pelo palco; não se atrapalha, não desafina, não perde o ritmo vivacíssimo e mantém o público atento a suas verdadeiras travessuras.
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