Onde quer que eu vá, minhas tensões nervosas vão comigo; eu posso me esquecer delas por instantes, mas parece que, enquanto eu busco aliviá-las, elas crescem dentro de mim e, quando voltam, vêm com mais força.
Em todas as minhas viagens eu não consegui sair de mim mesmo. Procurei lá fora o alívio para uma doença que está dentro de mim; é claro que busquei apenas paliativos; um remendo em roupa velha.
As tensões têm de ser combatidas pela concentração nos chakras. Com a mente um pouquinho fora de cada um deles, recite um poema ou faça uma oração ou escreva um texto para cada um deles. Apenas se concentre para ativar melhor aquela área de energia; a concentração repetida em cada um deles libera a energia causadora da tensão.
Cabe aqui o episódio daquela moça no aeroporto; comprou um livro, um pacote de biscoitos, sentou-se enquanto esperava. A seu lado, sentou-se um homem; entre as cadeiras uma mesinha; a moça começou a leitura e abriu o pacote de biscoitos. Cada vez que ela pegava um, o homem pegava outro, a moça fremindo de raiva pelo atrevimento daquele sujeito; no último, o homem o partiu ao meio e deixou metade para ela; em excesso de raiva, levantou-se e ainda conteve o palavrão; veio o chamado, ela subiu, acomodou-se, pensou em ler para amenizar o aborrecimento, abriu a bolsa e percebeu seu pacote de biscoitos intacto.Tinha comido os biscoitos do homem.
Projetou suas tensões no homem, sem saber que o motivo estava com ela; quando abriu a bolsa, quando se concentrou no que era seu, suas tensões escaparam, deixaram-na livre. Ficou nela um sentimento de vergonha: pó, por que eu fiquei tanto tempo com isso! Vem a sensação de alívio; ela fermentou a raiva em silêncio voltada para fora, para o homem; quando se voltou para dentro, esvaziou-se.
As tensões são bolsas cheias de biscoitos e nós nos apossamos dos biscoitos alheios, porque olhamos para fora e não nos dispomos a consultar os recursos de que somos depositários, com que prevenir nossas tensões.
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