Há os que preferem plantar na terra e vêm os passarinhos alimentar-se do broto, e vem a seca e vem o vento e os bichos da terra tantos obstáculos a que ficam sujeitos.
É preferível reservar algumas sementes para o coração; ali a colheita é segura.
Há ainda os que plantam no coração e, se não estiverem atentos ao tipo de semente, elas poderão ser cercadas por ervas daninhas que se impregnaram na semente e venham a sufocá-las e os frutos que esperávamos colher não vingaram.
Aquela senhora joga sementes à beira da estrada na ida e na volta. Certo dia um passageiro perguntou por que fazia aquilo:
-é preciso dar vida à estrada.
Vieram as chuvas e as sementes brotaram e floriram as margens da estrada.
Antes de jogar sementes na estrada, aquela mulher já as tinha jogado no coração; é que só pelo coração se partilha.
O moço ao passar por ali diariamente, via naquelas flores o coração da mulher. Ela plantara nele também a semente de alegrar a vida e ambos colheram o fruto de sua sintonia.
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