São tantos os percalços impostos à natureza pelo homem que ela apenas comete reações, no extertor de sua angustia em aflição. A natureza apenas busca reações, adaptações aos tantos bloqueios de toda espécie. As experiências de explosões atômicas subterrâneas são espécies de agressão pelo homem a que a natureza tem de se adaptar, pelo deslocamento que cada explosão dessa causa em seu interior. E quantos fazem essas experiências no segredo de sua impiedade! E que dizer do lixo de tantos satélites, muitas toneladas soltas no espaço? E as camadas de ozônio que inibem a terra em suas revestiduras?
A tudo isso e muito mais, a terra apenas reage buscando adaptar-se a cada agressão; e é claro que, quando reage, busca apenas cobrir débitos; falhas que cometemos e nossos envolvimentos tornam-se inevitáveis.
As tsunamis, o avanço das marés, os degelos, são muitas formas de a natureza se adaptar às agressões do homem; e aí o próprio homem é a grande vítima de sua força; nada detém a natureza quando precisa manifestar-se pelo excesso de água em regiões de seca, o mar invadindo as cidades, tremores e a terra se despindo.
Quem detém esses inesperados impulsos; onde está a natureza se movendo por estabilizar-se, seria causar desequilíbrios maiores. A inteligência do homem não alcança esses desavisos. Assim como a inteligência do homem não possui impedimentos que o homem caia fisicamente, também não há inteligência que impeça estes grandes deslocamentos a cujas adaptações à natureza está sujeita e nós com elas.
Estas coisas acontecem causadas por uma inteligência coletiva que, lentamente, veio minando a terra e de que resulta agora nessa soma cujas conseqüências os homens não conseguem conter; nas estreitezas de sua incapacidade, já porque os homens apenas dão sinais de que querem mudanças, mas o íntimo de cada um aponta carências a que eles não desistem de, à calada da noite, adicionar à terra os fatores da derrocada. Enquanto destruía pelo lado de fora, não preservou seu lado de dentro e esse não resiste de se anular por elas, que ambos são filhos do silêncio agredido e ambos sofrem sem que a inteligência de fora possa deter o que se passa fora da inteligência.
Peça escrita durante o mês de Maio de 2009
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