quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Guardemos a certeza – 2/6 ( Em 21/04/2009 )

Guardar significa esconder? Será correto? Eu posso guardar o segredo de como fazer um bom vinho; de como dar uma boa aula; isso eu posso fazer porque a cada momento, estou tirando meu saber de dentro para fora, fazendo catarse com meus alunos, com meus fregueses, embora eles não percebam isso.
Se a certeza é de um saber com que eu poderia ajudar os outros a se esclarecerem, passarem adiante que outros se esclareçam sobre o próprio destino, guardar esse tipo de saber é nocivo a quem o guarda.
Eu sei que, com esse saber, muitos se edificariam; mas, se eu o contar, todos vão ficar iguais a mim; eu vou perder a hegemonia; guardo essa certeza comigo.
É comum lermos sobre intelectuais temperamentais impositores, sádicos; esses têm dentro de si um guardado que não passaram adiante; então esse saber se agita por dentro. Não raro, o sonegador não se lembra mais de o ter sonegado, mas ele é energia retida: agita o ambiente em que estiver parado.
            Há ainda aqueles que chegam ao fim da vida e se dizem decepcionados, amargos;  desprezam o próprio trabalho: -rasga tudo o que eu escrevi. Isso não tem sentido. Já não se lembram que sonegaram uma certeza que agora atua sobre eles, causadora de decepção com a vida. De maneira que guardar uma certeza é campo minado para os homens cultos.
Quanto à certeza, essa sim; eu tenho uma: é a do itinerário de nossa mente rumo à consciência; essa, passo-a aos quatro ventos e aponto alguns caminhos de como seguir na direção, cada um de seu destino. Faço catarse com você e insistindo que você perceba isso. 
A certeza, que devemos alimentar e propagar, é a de que só pelo silêncio de dentro dissiparemos nossos males. Só de difundirmos, já estamos fazendo que todos deem um passo à frente: eles tomam consciência de que já têm um direcionamento; segui-lo é uma  opção de cada um.

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