Vimos que o inconsciente forma um paredão de absoluta incomunicabilidade entre a Mente e a Consciência.
Da Consciência emana a alma; da Mente emana o espírito. O espírito está só, qual um menino de rua: ao desamparo.
Já sabemos que a Mente se separou da Consciência. Já sabemos que, da Mente emana o espírito; como a Mente se separou da Consciência, nosso espírito não tem ligação com a Consciência; nosso espírito é inconsciente.
Quando alcançamos o estágio mental, a Consciência faz emanar dela mesma a alma. Sabemos também a Consciência está em repouso em todo espaço vazio, desde o interior de um átomo até os intervalos entre galáxias; o espaço em volta de você é Consciência.
Existem, dentro de nós, espaços vazios onde está a Consciência, sobretudo nas aurículas e nos ventrículos do coração.
Conforme as intenções de que nos utilizamos, podemos dilatar ou contrair os espaços vazios no coração; se a intenção é má, o coração se enrijece; uma intenção é má quando é contrária à Consciência; se a intenção for boa, o coração se dilata; a Consciência precisa preencher o espaço dilatado no coração; a Consciência desperta. A alma é Consciência desperta; a Consciência se movimenta; a alma é Consciência que se movimenta.
Quando se diz que a alma está em repouso, isso é verdade; mas a alma se movimenta por esforço nosso; por esforço nosso, a alma vem ao encontro do espírito.
A alma dispõe dos mesmos atributos da Consciência; a alma tem como função liberar a energia do repouso com que neutralizar a energia do movimento que se instala em nosso corpo, mas essa energia só é liberada quando a intenção é afim com os atributos de sabedoria, verdade, justiça e amor.
Do lado além do inconsciente, está a alma em repouso; do lado aquém do inconsciente está o espírito pressionado pela energia do movimento e suas infinitas implicações em nós. Como o espírito atua no movimento, o espírito é que tem de se deslocar na direção da alma. O espírito, como emanação da mente, também é separado da alma; ao espírito cabe encetar a trajetória na direção da alma.
Nós somos os articuladores da Mente; cabe a nós o esforço de movermos o espírito ao encontro com a alma.
Como a alma está em silêncio, nós só podemos alcançar a alma pelo silêncio. O inconsciente é barulhento e se agita dentro de nós; nós só podemos vencer os obstáculos do inconsciente pelo silêncio interior e pelo repouso do coração.
Sabemos que esses traumas do inconsciente ocupam todos os espaços vazios em nosso coração e alijam a alma; é preciso devolver à alma seu lugar de direito.
Quando vemos Cristo expulsando os vendedores do templo, aquilo é a representação do que devemos fazer com nossos traumas; eles tomam conta de nosso coração. Por isso o Cristo diz: “a casa de meu Pai é casa de oração e você fizeram dela um covil de ladrões”.
O Pai é a Consciência; a casa do Pai é o coração. Precisamos limpar nosso coração para que a alma possa atuar por nós; a alma nos cura de todos os males.
Próximo capítulo – O abismo
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