O amor existe apoiado em um referencial superior. Se eu não eu não me imbuir desse referencial em mim, é certo que sou propenso a explorar alguém em nome do amor. Os casais fazem juras de amor, em verdade eles estão amando suas premências.
Não sabe amar quem despreza o pobre, o menino de rua, a prostituta; nada sabemos sobre a história de cada um e emitimos juízo baseados no que vemos. Isso é desamor. Isso é não saber amar.
Fico contido em minha realidade e imagino que todas as realidades devem pautar-se pelo que sou; não aceitar que alguém tenha vivência diferente da minha é intransigência, dissimulação, ingenuidade, desamor.
- vai trabalhar vagabundo!
Mas quem dá trabalho a esse “vagabundo”? Mesmo que se lhe dê trabalho, quais as experiências que ele tem com aquilo para o qual está incumbido no improviso de dias? A mente não se amolda com o apertar de um botão.
Se nossos filhos precisam de diversos anos de escola para amoldarem a mente, como queremos exigir de um homem de rua que se amolde a um emprego, com funções definidas, por mais primárias que nos pareçam?
Não saber amar é não se esforçar por situar-se nas dimensões do outro; disso resulta a indiferença ou a exploração que fazemos, em nome do amor.
O amor humano deveria ser cópia do amor divino; se exploramos a imagem, o divino também é explorado. Quando o divino é relegado, o coração enrijece; somos desumanos; carentes de amor.
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