A vontade e desejo resultam de impulsos da mente mas, enquanto o desejo tem um referencial fora de nós, a vontade se manifesta do lado de dentro de nós, pelas sensações.
Significa que a vontade nos permite encaminhar a mente a atuar pelo lado de fora e por dentro, a camadas mais profundas de nossa interioridade. Em nós, tudo se faz pela vontade.
Nós ordenamos a vontade; a vontade conduz a mente; a mente está a serviço da vontade.
Já o desejo é algo que se insinua por estímulo; normalmente nasce pelos órgãos dos sentidos. Nós temos desejo de tal prato; temos vontade de ouvir a música tal e tal; a música se manifesta pela sensibilidade. O desejo se manifesta por anseios. Pela vontade damos livre curso a nossa imaginação. Então devemos motivar nossa vontade a fim de que ela ative nossas forças mais íntimas.
Um poeta anônimo tratava assim o tema da vontade, nas aspirações de um menino:
-“Papai, o que é ser um herói?
Pergunto porque tenho vontade de ser um herói também
Será que eu posso ser um herói sem fazer a guerra?
Sem oprimir os homens? Sem odiar meus semelhantes?
O homem que havia sofrido as piores agruras, as piores misérias,
Trabalhando na aridez de uma terra infecunda para que não faltasse o pão na pobre casa,
Aquele homem quando ouviu a pergunta do filho:
- papai, o que é ser um herói?
Nada soube dizer; nada soube explicar; pegou da peneira
E saiu outra vez cantando a semear”.
O pai saiu em silêncio; o filho exprimiu sua vontade por aspirações de dentro para fora: não oprimir os homens; não odiar seus semelhantes.
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