O olhar sereno é o de quem não olha para trás, resmungando saudosismos nem se compadece de si mesmo; quando olha para frente, vê-se no aqui e agora; o olhar sereno é o de quem vive o momento presente em alegria no coração. Tem no coração um referencial de sabedoria e vive de sua aplicação.
O comandante conhece as rotas e se instala no aqui e agora, pela vibração dos instrumentos de bordo. Tem o olhar sereno naquilo de que se ocupa. Também nós deveríamos ser assim: saber lidar com os pulsares de nossa interioridade, manifestar isso por um olhar que não assume outros caminhos nem se lança à busca de instrumentos modernos, porque a rota é comum a todos e as correntes de dentro são as mesmas, também os mesmos os faróis.
O olhar sereno não se envolve em aventura de singrar outras correntes porque seu timoneiro sabe das consequências à embarcação e a si mesmo. O olhar sereno parece puxar as coisas de fora para dentro de si e aí analisá-las no repouso de si mesmo. Esse tipo de olhar possibilita mais identidade: vê o pobre, o necessitado por dentro da pobreza deles, de sua necessidade e seu olhar sereno libera energia de equilibrar as forças de opressão que atuam sobre ele.
O olhar sereno é dotado de energia de repouso que se irradia sobre as circunstâncias e alivia tensões; a serenidade é catalisadora de correntes que se manifestam por um olhar.
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