A justificativa nem sempre é o melhor caminho; basta pensar naqueles insights que vêm à mente da mulher; ela diz qualquer coisa ao marido; ele explode num ímpeto de raiva; ela se cala.
Qualquer justificativa ali poria tudo a perder; ela sabe que o silêncio cala mais fundo. Bicho danado!
A justificativa se realiza no campo da lógica, do silogismo, da demonstração. Justificativa assim é racional, dá margem a variados tipos de especulação. Pode ser conduzida inconscientemente, perversa.
Há, no entanto, pessoas que se veem imbuidas de uma verdade e não conseguem fazê-la chegar aos corações; isso acontece porque a mensagem é abstrata e a justificativa atua no concreto. Para essas, o silêncio é a solução. Elas não sabem que basta silenciar; insistem e sofrem toda espécie de restrição, toda espécie de cerceamento.
Vezes por outra, o silêncio é utilizado em função de uma estratégia bem urdida, a que os menos avisados se aderem.
Aconteceu com um político sagaz; querendo arrebanhar dois redutos eleitorais de grande expressão numérica e sabedor de que os fazendeiros viviam em constantes litígios por invasões de terra, ele chamou um, ouviu suas ponderações e decidiu:
- você tem toda razão! Está certo.
Em outra circunstância, chamou o segundo fazendeiro, escutou suas reclamações e decidiu:
- você está certo! Está com toda razão!
Saiu o fazendeiro e a esposa, tendo ouvido os mesmo parecer dado aos dois, falou:
-você está maluco? Vem o primeiro; você diz que tem razão; vem o segundo você diz que tem razão; afinal você perdeu o juízo?
Ao que o marido respondeu:
- você está certa; você tem razão.
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