sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Do abismo profundo, clamo a ti, Senhor *– 4/6 ( Em 24/02/2009)

A invocação do salmista tem repercussões em nossos dias; também em nossos dias ha pessoas clamando angustiadas por estarem impedidas de exprimir-se; pela interiorização, alcançou outras paragens acima do comum e se veem tolhidas, sem condição de transmitir as mensagens de que são portadoras. Elas buscam  encontrar ali o eco de suas mensagens, de suas idéias com que esclarecerem os outros; porém não são entendidas; são impedidas, tolhidas, relegadas; sua voz clama no deserto.
Aí é que o milagre acontece: o silêncio, a, renúncia, aceitação, amenizam o vigor da oposição; o resultado será a energia do repouso ir lentamente criando equilíbrio com a do movimento e as duas se harmonizarem, com o tempo.
O segredo é o silêncio ante os fortes deste mundo; calar-se não é subserviência; é a forma de alimentar o sagrado pela resistência silenciosa à hostilidade do ambiente; é seguirmos voltados para o próprio interior, onde a censura não consegue alcançar. 
Por dentro de nós, já percorremos extenso caminho e agora passamos pela resistência dos que ainda estão preocupados em obedecer ao líder, sem ponderarem sequer sobre as decisões dele. 
Os emparedados são velas acesas, tochas olímpicas em meio à multidão preocupada apenas com os jogos da olimpíada e indiferentes à luz que passa em meio a eles. Falta-lhes sensibilidade e sintonia com aqueles que carregam os olhos fixos em sua intimidade de onde promana a luz que não se apaga.
É não ceder; é permanecer firme, os olhos fixos pa própria interioridade de onde emanará a energia da conciliação. Quem está premido em situação assim não está atuando por si mesmo, já ultrapassou o plano de se servir; entrou agora no plano de ajudar os outros; ser luz para eles; independente de eles saberem, a energia em repouso está neutralizando a oposição da turba e devagar, equilibrando os opostos; dessa conciliação resultará a luz; é esperar pra ver.
Temos um exemplo célebre: num tempo em que a religião era a do Deus de Israel, uma menina de 9,10 anos, pôs-se a interiorizar-se no silêncio e descobriu em si mesma, o caminho que seria trilho para a humanidade do futuro. Se dispusesse a revelar suas práticas, encontraria o tacão do império. Ela permaneceu em silêncio e do abismo de seu silêncio, sua voz se faz pelos quatro cantos da terra.
Então podemos afirmar que, no abismo, estão criaturas de nível mental elevado; elas não são entendidas; por isso são tolhidas, mas uma energia emana delas, quanto mais silenciosas pelo coração. Daí virá a providência em seu socorro e para a luz de todos.
                                                                                    * Salmo 130,1

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