sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Aparências – 6/6 ( Em 24/02/2009 )

             As aparências são impressões que alcançam os sentidos, vindas de fora, das coisas, das pessoas. Há os que gostam de alcançar os outros pelos sentidos e se vestem de aparências para parecer o que não são. Vivem de aparências, contraem débitos: apenas para exibir-se com o carro novo, dar festas para ostentar aos convidados um status social que não podem sustentar. Viver de aparências é esconder as limitações. Viver de aparências é um ato falho contra si mesmo, contra sua verdade interior.
A afirmação “túmulos caiados” dá bem a dimensão dos que se situam nas aparências: por fora é tudo branquinho, alvo, vistoso; por dentro é túmulo; não precisa especificar.
Faz lembrar Esopo: Os cientistas observavam o universo; nisso algo estranho fixou o olhar: um animal de proporções descomunais percorria a superfície da lua em poucos passos; algo aterrador fantástico; vieram outros cientistas; era o fim do mundo; não demoraria que aquilo chegasse à terra. Houve correria, angústias e aflições.
Certo dia o filhinho de um dos cientistas:
- deixa ver pai, o monstro.
            O pai ajustou a luneta: - aqui filho, nesta direção.
            E a criança:
- pai, não dá pra ver direito; tem um ratinho na luneta.
            Assim as aparências são medidas pelos sentidos do observador; ele projeta nas coisas seus anseios e se deixa levar pelo que ilustra melhor sua imaginação.
Aqueles cientistas apenas projetaram no ratinho o mundo das aparências em que viviam. A visão interior não deixa a mente andar solta; isso torna a realidade muito mais objetiva e mais clara.

Nenhum comentário: