Pela interiorização, é possível livrar-se da ansiedade; a interiorização tira a mente do turbilhão de preocupações que nos cercam.
Na interioridade, formamos a consciência de que no percurso já está a chegada; ali não se conta o tempo; o lugar de chegada é onde estamos.
Na ansiedade, somos dependentes de uma solução externa; na interioridade, sabemos que a solução está em nós.
Lembra aquele índio? Ele dizia que tinha, dentro dele, dois cachorros; viviam sempre brigando. O grandão era barulhento; o outro pequenino, sempre quieto em seu canto, mas o grandão o provocava. Um dia alguém perguntou:
- qual dos dois vencerá?
O índio respondeu:
- aquele que eu alimentar mais.
Esses dois cachorros são a ansiedade e a interiorização. Se nós alimentarmos mais a ansiedade, ela vencerá o cachorro menor e a nós também.
O cachorro menor é nossa interioridade, mal alimentada; não cresce; não viceja; deperece por má alimentação.
Viver apenas voltado para fora é como estar num mar revolto; as ondas surgem de todos os lados e nós perdemos a direção de nadar.
Viver dentro de nós é como descer às profundezas dessas águas: ali não há de que ser ansioso; que o silêncio predomina em nossas camadas externa e interna; de quando em quando,
precisamos subir para o oxigênio e, aos poucos, até do oxigênio haveremos de abdicar no silêncio de tudo.
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