O ato de seduzir é inicialmente captar para si uma simpatia para um objetivo que se queira alcançar. Seduz-se pelos sentidos, pelas impressões que se puder inculcar no outro. Como aquele moço que chegou bastante atrasado ao encontro:
- puxa, como você demorou!
- você vai comigo a um baile hoje à noite e eu estava procurando um vestido porque quero
que você seja a rainha da noite.
É claro que a moça se esqueceu do atraso! Essa é uma sedução que resulta apenas de trabalhar os sentidos pela palavra, pela visão, o vestido, o sonho.
Os encontros entre diplomatas terminam sempre por um banquete. Última cartada de conquistar o visitante pela boca.
Mas existe a sedução de uma alma. Essa dispensa os órgãos dos sentidos.
Seduzir a alma se faz pelo silêncio. O silêncio é a palavra gravada no coração com a voz de Deus; a alma lhe é ouvidos.
A alma é a mais fácil das conquistas porque não precisamos de artifícios para seduzi-la; a alma é dócil ao silêncio. Seduzir uma alma é seduzir-se e, para seduzir a nós mesmos, precisamos apenas de vontade e persistência, na ação de nos conquistar para o silêncio.
Nos grandes filmes, temos a representação da conquista de uma alma: o herói passa por todas as peripécias na busca de libertar sua amada; a sedução se faz pelo esforço no superar os obstáculos; também entre nós o processo é o mesmo: a sedução se faz pela determinação com que nos dispusermos a chegar ao coração e libertar a alma de todos os grilhões em que está aprisionada pelos asseclas do inconsciente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário