Como não me aceitar! Eu posso ser o outro? Se não me aceito é porque me comparo; comparar-me é buscar no outro um referencial para minha vida. Acontece que o outro tem sua história, suas vivências que eu não tive iguais, nem ele as teve iguais às minhas.
Quando me comparo, eu saio de mim para viver, no outro, as experiências que ele tem; saindo de mim, eu deixo de ser eu e não consigo ser ele. Perdi meu tempo; voltei e encontrei meus domínios invadidos pela inveja.
Aí pergunta o Fernando Pessoa:
“Valeu a pena?
Tudo vale a pena se a alma não é pequena.
Deus ao mar o mistério e o abismo deu,
Mas é nele que reflete o céu.”
Quando saí de mim, a alma ficou pequena, ardendo na febre de minha inveja. E tudo por que não me aceito. Que pena!
Vamos fazer uma reforma íntima? Vamos?
- Comecemos trabalhando a mente; já temos um modelo (28/10/08)
- Ao mesmo tempo, olhemos nossos defeitos; apenas olhar, sem emitir qualquer juízo.
- Do mesmo modo, olhemos nossas doenças; façamos uma prece concentrados nelas.
- Façamos isso quanto mais possível a cada dia, todo dia, em qualquer lugar.
- Enquanto fazemos esses exercícios, estamos segurando a mente dentro de nós mesmos; estamos economizando energia com que nutrir nosso propósito de aceitação.
Nossos defeitos foram sedimentados ao longo do tempo de nossa idade; não vamos esperar resultados com rapidez; a mente precisa se acomodar ao novo ritmo que queremos dar a ela.
Também nós temos o mistério e o abismo; também nós refletimos o céu quando a alma não fica sufocada pelas comparações; elas agitam sempre mais o mar e as ondas enrugam o céu dentro de nós.
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