Amar-se é aceitar-se. Exaltar os valores que promovem a vida. Se eu não amo a mim mesmo, como posso ter amor pelos outros? Como posso fazer juras de amor, se me reconheço pedinte?Tudo de mim reflete o que eu sou, do que tenho; se não tenho amor, como posso refletir o que não tenho?
Ocorre aquela parábola do rico que organizou um banquete e mandou recolher os pobres da rua. Tudo pronto entrou no salão e identificou dois que não estavam com as “vestes nupciais”; mandou que os dois se retirassem.
O que são essas “vestes nupciais”, senão o amor a si mesmo? Os dois não o tinham.
O amor a si mesmo leva-nos a zelar por nosso corpo; não como fazem os edonistas, mas concentrando-se em cada parte, em cada glândula.
Não é verdade que nós nos concentramos em certas glândulas para estimular-lhes a energias? Por que não fazemos o mesmo com as demais?
Como consequência de nosso esforço por “irrigar” todas com energia, essas glândulas se tornam interligadas e isso intensifica o elã da autoestima.
Não é verdade que nos orgulhamos de certas glândulas quando tudo corre bem? Por que não fazermos com que as demais atuem com a mesma precisão em benefício de nosso bem estar que gera em nós a autoestima?
A autoestima tem esse condão de irradiar felicidade, de nos tornar corajosos, destemidos; a autoestima leva-nos a acreditar em nós mesmos; a autoestima promove a clareza de visão, a alegria de viver. E tudo isso decorre de amarmos a nós mesmos. O amor de si mesmo não é extravagante, não se dissipa em encontros inúteis, de pseudoamizades.
O amor de si mesmo é zeloso, previdente contra o desgaste inútil; não se mete em ações que exaltem o ego.
Amar-se é dar-se; dar-se é diferente de dar; dar é gesto aleatório, solto, sem ligação, gesto de ocasião; dar-se é compromisso com uma causa; é trajeto de mão dupla; dar-se é ato reflexivo de doação e recepção. A lei de causa e efeito sabe identificar a intenção com que se exerceu esse verbo dar-se, em função ou não de nossa autoestima.
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