Uma garça aprisionada dizem, não se pertence; ela tem um senhor; mas um outro Senhor filtra os sons de seus anseios e os espalha na distância.
Se a ave não canta, põe-se a emitir impulsos pelo coração, que chegam aos que se afinam com esse tipo de ave e a leitura e se faz por sintonia.
O que não pode fazer uma garça aprisionada! Quem diria! Lembra até aqueles versos de Camões:
“O cisne quando sente ser chegada
A hora que põe termo a sua vida,
Harmonia maior com dor sentida,
Espalha pela praia inabitada.”
O negócio era lotar a praia de gente. Não se deram contas de que na garça existe uma melodia que pode ser ouvida além da praia, em sons que se afinam por diapasões de outras dimensões.
O que estou dizendo? Estarei louco? É que sinto em meu peito o arfar dessa garça solitária.
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