Um monge saiu pelos caminhos pregando idéias de valorização do homem; mas os homens estavam acostumados a ser valorizados e não compreendiam que precisavam promover a própria valorização.
Percorreu muitas cidades; sem pedir alimento, que nada queria, senão apontar a luz dentro de cada um.
Caminhava, certa vez, sob arvoredos e se deparou com uma flor debruçada na passagem; a seu lado incidia uma frincha de sol e ele cometeu esforços, no topo das árvores, por fazer que a luz refletisse sobre a flor; formou-se uma conjunção de luz e cores com forças de um sinal além de sua compreensão.
A flor era de um perfume inebriante e ele se sentiu redimido das condições de andarilho. Era um mendigo de almas e se viu frente à beleza de uma alma que se exprimia naquela flor. Tocou-lhe de leve a corola e ela lhe perfumou as mãos; algo que perdura ativo na continuidade de seu ofício.
Foi então que o talo interrompeu aquela aura e deu por sua a flor, com argumentos de raiz; que ela era recanto de beija-flores.
A reivindicação era de direito e não cabia ao transeunte qualquer ponderação. Prosseguiu e aquela composição o acompanhava iluminando seus caminhos e se alimentando de um perfume que lhe renovava suas forças.
No prosseguir, já não andava só; tinha na mente e no coração a cena de uma flor com sintonia especial que se renovava a cada dia, oriunda de outras paragens, por via de uma flor do campo. Por trás de uma flor estava a imagem da escolhida.
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