Esta afirmação precisa de especificação: pretende-se ajudar a evitar o erro ou esclarecer que não se cometa o erro?
Se de fato, a idéia é de ajudar a não errar, isso é cerceamento, limitação, proteção; isso não desenvolve o ser a quem queremos ajudar.
O pai que ajuda o filho a evitar erro pode estar cerceando a iniciativa do filho; o professor que ajuda o aluno a não errar, não está caminhando com ele; é preciso deixá-lo errar e conduzi-lo a levantar-se; se o professor o protege, está levando o aluno pelo caminho do professor; mas o aluno não é o professor; se não errar, dificilmente aprende; não exercitou a aplicação; não desenvolveu a segurança em si mesmo.
Se a idéia é de esclarecer, aí sim. A ajuda é fundamental; esclarecer que não erre e ajudar quando pedir ajuda; esse é o fundamento de qualquer didática. Se errou, ele já percorreu grande parte do percurso; já se dispôs ao acerto; logo o conseguirá com os próprios passos.
Esclarecer sim, isso é tudo; se a pessoa erra em função daquele esclarecimento, ela está procurando o caminho com recursos seus; se interviermos ser-lhe-á o bloqueio do caminho; ela não o viu; enxergaram por ela. É conhecida a história da borboleta que lutava por se desvencilhar do casulo; um sujeito resolveu ajudá-la e fez pequeno corte na película; a borboleta se libertou; mas o ajudante percebeu que partes do corpo dela ficaram atrofiadas; não praticaram o esforço de se libertarem. Assim é com o ser humano; ele deve ser esclarecido para promover o desenvolvimento pessoal.
Os turistas viram indignados os elefantes em círculo; pegavam o recém-nascido pela tromba e o jogavam uns para os outros; aquilo era uma barbaridade; chamaram aos gritos e o encarregado do parque lhes respondeu:
- se eles não fizerem assim, o filhote não desenvolve o pulmão e morre.
Os elefantes apenas preveniam; cabia ao filhote desenvolver o próprio pulmão. Ajudar sim a quem chegou no limite de sua visão e quer avançar mais; aí é importante a ajuda pelo esclarecimento; a ajuda pura e simples pode ser bloqueio; o ajudado pode ficar inibido; não desenvolvido como aquela borboleta.
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