terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Esperança – 5/6 ( Em 16/09/2008 )

            Os povos anteriores a Cristo viviam o tempo da esperança; esperavam de Deus que lhes encaminhasse o destino, porque assim lhes fora prometido.
Posteriormente a Cristo, não há motivo para a esperança; já não devemos esperar que Deus faça por nós. Cristo veio resgatar nossa condição de assumimos as rédeas de nosso destino.      
Cristo nos forneceu os instrumentos com que cada um transformar a esperança em certeza; apontou, com exemplos, o caminho para a vida interior onde, com certeza, vamos entrar na terra prometida.
Mostrou-nos que a terra prometida está dentro de nós; não é um lugar geográfico; o percurso é da mente para o coração; o mar vermelho é o nosso inconsciente que, qual Moisés, precisamos ultrapassar.
Os povos do Antigo Testamento tinham a esperança ao pé da letra. Agora a esperança depende de cada um de nós para se transformar em certeza.
Quando da saída, Cristo diz aos discípulos “envio sobre vós a promessa de meu Pai, entretanto permanecei na cidade” Lc 24,49. Veio a luz sobre eles porque permaneceram na cidade e a cidade é o coração; ficai no coração que a luz virá sobre vós.
Essa “promessa de meu Pai” é tudo o que Deus havia prometido e os povos tinham entendido ao pé da letra. Essa promessa de meu Pai é o entendimento pela luz interior. A promessa do Pai foi cumprida pelo Filho, abrindo espaço pelo mar vermelho na direção de nosso coração.
Daí em diante, era de supor que dispensássemos a palavra esperança, substituída pela certeza. Infelizmente, nós nos apegamos ao mais fácil: alimentamos a esperança de que tudo venha do alto; mas a condição para vir do alto é que permaneçamos na cidade e a cidade é nosso coração.
A esperança se dilui na certeza quando nos conscientizarmos de que a terra prometida é uma gleba situada dentro de cada um de nós.

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