terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Sorriso – 5/6 ( Em 23/09/2008 )

             O sorriso resulta de uma distensão e distender-se é o fundamento de nosso contato com a alma. Da distensão vem a abertura; a abertura é uma rachadura que abrimos no inconsciente, em momentos de sorriso; pela abertura a alma libera energia do repouso; relaxamos.
Por que os jovens riem tanto? Por que muitos são afeiçoados à piada? A piada é o mais puro exercício de distensão; somos atirados no imprevisto e nisso consiste a hilaridade de onde borbota o sorriso, quanto mais intenso. Penso que a piada inteligente é um ato de caridade: levar o outro a sair de suas armaduras interiores para um momento de libertação; é algo que está além de nossos limites; por ela, descarregamos tensões.
O sorriso é uma concessão que fazemos a nós mesmos, sobretudo quando tomamos consciência de que ele é um ensejo para um contato com outras regiões além da razão e o sorriso passa a ser uma oportunidade de penetrarmos nossas regiões além, onde a alegria é a nota principal da melodia interior.
Tenho para mim que a piada é o mais puro exercício de Semântica em que o autor não afirma; mas deixa subentendido o assunto e disso resulta o riso; nós somos co-autores da piada e por isso, ela nos dispõe para a abertura interior por onde o sorriso se exterioriza.
Os jovens riem porque, ainda nessa fase, a mente deles não se separou da todo da consciência; eles precisam do sorriso para ainda restabelecerem pequenos contatos com suas dimensões internas. O sorriso é ensejo para que eles tentem regressar à casa de onde estão saindo, no interior de si mesmos
Pelo sorriso, tentamos retornar ao “Paraíso perdido”.

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